Rio de Janeiro 01/03/2021 - Família e amigos pedem justiça em enterro de jovem Arilson Santiago morto durante tiroteio em São Gonçalo. Na foto acima a esposa Thamires. Foto: Luciano Belford/Agencia O Dia
Rio de Janeiro 01/03/2021 - Família e amigos pedem justiça em enterro de jovem Arilson Santiago morto durante tiroteio em São Gonçalo. Na foto acima a esposa Thamires. Foto: Luciano Belford/Agencia O DiaLuciano Belford/Agencia O Dia
Por O Dia
Rio - Nesta segunda-feira (1), familiares e amigos se despediram e pediram justiça pela morte do frentista Arilson Santiago, de 21 anos, morto durante um tiroteio no bairro de Tribobó, em São Gonçalo. O enterro aconteceu no cemitério Parque Nicteroy, em São Gonçalo, por volta das 16h.
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Inconformado com a morte de Arilson, o pai de um dos melhores amigos do frentista, que não quis se identificar, disse ter esperança que o culpado seja julgado. “Eu tenho esperança que tenha justiça, eles [policiais militares] têm que pagar pelo que estão fazendo. A PM está despreparada, estão matando inocentes, o garoto era de família e estava saindo para trabalhar”, disse o amigo da família.
Arilson Santiago foi enterrado na tarde desta segunda-feira (1), no cemitério Parque Nicteroy, em São Gonçalo - Luciano Belford
Arilson Santiago foi enterrado na tarde desta segunda-feira (1), no cemitério Parque Nicteroy, em São GonçaloLuciano Belford
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Arilson deixa a esposa Thamires, grávida de cinco meses. A jovem espera uma menina. O pai e a mãe de Arilson compareceram ao enterro, mas estavam muito abalados para falar com a imprensa.
Família culpa policiais militares pela morte do frentista
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Os moradores da região alegam que não houve confronto, mas sim um único tiro. "Foi um tiro único e fatal, todo dia 5h30 e 6h da manhã eles estão lá. Dão tiros todo dia. Domingo, sábado, dia de semana... É comum eles estarem ali. E se fosse em horário escolar? Ontem foi um, amanhã pode ser dois e três, quando isso vai acabar?", desabafou Ana Carolina Santiago, irmã de Arilson Santiago.
PMs negam que tenham iniciado o confronto na região
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A Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) informou, nesta segunda-feira (01), que policiais do 7º BPM (São Gonçalo), envolvidos no tiroteio que terminou com a morte do jovem Arilson Santiago, 21 anos, em São Gonçalo, na manhã deste domingo (28), mantiveram a versão inicial que a equipe foi atacada por disparos de arma de fogo efetuados por criminosos da região.
Especialista aponta que policiais só deveriam fazer uso da arma em situações de risco

O DIA procurou o professor Ignácio Cano, especialista na área de segurança pública e membro do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, para examinar a atuação dos policiais registrada pela câmera de segurança. Segundo o pesquisador, não é possível identificar exatamente se os disparos foram feitos por policiais ou não.

"Se a polícia estiver atirando nessa posição, longa distância, essas pessoas na motocicleta não representam uma ameaça direta ao policial. Então não tem nenhuma justificativa para atirar, [pois] os disparos a essa distância podem colocar também outras pessoas atrás e os motoristas em risco", afirmou Ignácio.

Ele também mencionou que o uso da arma neste contexto não seria correto. "É absolutamente inapropriado o uso da arma [neste contexto], se é que a polícia atirou nesse momento, como parece no vídeo, embora não se veja o momento exato do suposto disparo do policial", concluiu.

Questionado sobre qual deveria ser o procedimento padrão para a atuação policial no contexto deste vídeo, o professor disse que os agentes deveriam ter se aproximado sem efetuar disparos, e que os policiais só podem atirar se a vida de alguém estiver em perigo.