Geral - A vacinaçao contra o Covid-19 no Planetario da Gavea, zona sul do Rio, na manha de hoje. Na foto, Daniel Soranz, secretario municipal de saude.
Geral - A vacinaçao contra o Covid-19 no Planetario da Gavea, zona sul do Rio, na manha de hoje. Na foto, Daniel Soranz, secretario municipal de saude.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por Bernardo Costa
Rio - Ainda não há uma definição sobre a quantidade de doses da vacina contra a covid-19 que podem ser adquiridas pela Prefeitura do Rio por intermédio do consórcio dos municípios para acelerar a campanha de vacinação na cidade. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, o município aguarda, em até duas semanas, uma definição das datas de entrega e valores dos imunizantes a serem negociados pelo consórcio para que seja definida uma estratégia de compra.

Nesta terça-feira, o prefeito Eduardo Paes confirmou a adesão do Rio ao consórcio, constituído pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para a compra unificada de vacina pelas prefeituras em paralelo às aquisições dos imunizantes pelo Ministério da Saúde. Segundo a FNP, o consórcio dará suporte aos municípios caso o Plano Nacional de Imunização (PNI) não consiga suprir a demanda nacional. 

"O consórcio vai negociar a compra da vacina com as principais indústrias farmacêuticas. Estamos aguardando informações sobre os valores negociados e datas de entrega. Esses dados podem estar mais claros agora na próxima reunião do consórcio, que pode acontecer em uma ou duas semanas. Ao mesmo tempo, esperamos que o Ministério da Saúde acelere a compra e a distribuição das vacinas aos estados", disse o secretário Daniel Soranz, enquanto acompanhava a vacinação, na manhã desta quarta-feira, no Planetário da Gávea.

Sobre os recursos para a compra, o secretário comentou que valores podem ser empregados pela Prefeitura do Rio com posterior ressarcimento pelo Ministério da Saúde.

"Isso é uma possibilidade. Mas tudo ainda está em negociação. Apoiamos o Plano Nacional de Imunização (PNI), mas não podemos perder a oportunidade de acelerar o processo de vacinação adquirindo mais vacinas frente à urgência da pandemia", disse Soranz.
O secretário contestou a informação divulgada em nota técnica da Fiocruz, nesta terça-feira, de que a cidade atingiu taxa de 88% de ocupação de leitos de UTI para covid-19.
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"Não é o dado que temos. Vamos entrar em contato com a Fiocruz para entendermos de onde eles tiraram esse número", disse Soranz, sem especificar com que dado a prefeitura trabalha neste momento. 
Questionada, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) afirmou que a taxa de ocupação dos leitos de UTI para covid-19 na cidade é de 79%, e que a de leitos de enfermeira está em 43%. Segundo a SMS, a taxa de ocupação média dos leitos de covid é de 57%.
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Calendário de vacinação

O secretário comentou que, para cumprir o calendário divulgado nesta terça-feira, que prevê a vacinação de todos os idosos entre 78 e 67 anos com a primeira dose da vacina - a partir desta quinta-feira e até o dia 31 -, serão necessárias 500 mil doses aproximadamente.

"A meta é ousada, mas estamos nos baseando numa previsibilidade maior de distribuição das doses pelo Ministério da Saúde, com as entregas semanais que agora começam a ser feitas pelo Instituto Butantan e com a produção de vacinas pela Fiocruz na segunda quinzena do mês", comentou Soranz, acrescentando que a cidade Rio recebe, ainda nesta quarta-feira, cerca de 100 mil novas doses de CoronaVac.
De acordo com o Instituto Butantan, serão entregues, nesta quarta-feira, 900 mil doses de CoronaVac ao Ministério da Saúde. Até o próximo dia 30 de abril, o cronograma do Butantan prevê a entrega de mais 31.537.000 doses, totalizando 46 milhões de imunizantes entregues ao governo federal desde janeiro.
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Soranz reafirmou que a prioridade é vacinar todos os idosos acima de 60 anos na cidade do Rio. Ele explica que a pessoa é considerada imunizada 14 dias após a segunda dose de CoronaVac e 28 dias após a primeira dose do vacina Oxford/AstraZeneca.
Movimento no Planetário da Gávea

A vacinação começou com pouco movimento no posto do Planetário da Gavéa. Por volta das 10h, a procura começou a aumentar e, neste momento, uma pequena fila se forma na entrada do posto. No entanto, a espera não excede 30 minutos.

Nesta quarta-feira, estão sendo imunizadas com a primeira dose pessoas com 79 anos ou mais; profissionais de saúde acima de 60 anos, que estão no último dia de repescagem; e idosos que estão no prazo para receber a segunda dose.

Uma das que receberam a segunda dose nesta manhã foi Júlia da Silva Ermenegildo, de 95 anos. Ela estava acompanhada da vizinha e da cuidadora.

"Receber a segunda dose foi um alívio. É a segunda vez em que ela está saindo de casa em um ano. As duas vezes foram para tomar a vacina", disse Ana Maria Pianetti, de 72 anos, vizinha de dona Júlia.