Nesta quinta-feira (1) a polícia civil fez a reconstituição da morte do menino Henry Borel no condomínio Majestic, na Barra da Tijuca onde ele vivia com a mãe
Nesta quinta-feira (1) a polícia civil fez a reconstituição da morte do menino Henry Borel no condomínio Majestic, na Barra da Tijuca onde ele vivia com a mãeDaniel Castelo Branco
Por O Dia
Rio - Monique Medeiros e Jairo Souza, o Dr. Jairinho, mãe e padrasto do menino Henry Borel, que morreu na madrugada do dia 8 de março na Barra da Tijuca, Zona Oeste, são tratados como investigados pela polícia. Nesta quinta-feira (1) o casal não compareceu à reconstituição do crime da criança, que aconteceu no condomínio em que a mãe do menor morava
De acordo com o advogado do casal, André França, foi ele quem os orientou a não participar reprodução simulada. Os policiais chegaram ao local por volta das 14h e saíram às 18h. Durante o processo, peritos coletaram manchas das paredes da sala e do quarto. Inicialmente, acharam que pudesse ser sangue, mas a possibilidade já foi descartada.
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No apartamento houve a participação de peritos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e de policiais da 16ª DP. Um boneco com características de Henry foi utilizado para encenar a narrativa de Jairinho e Monique deram durante depoimentos. O laudo deverá sair daqui a uma semana, com informações que vão determinar o rumo do inquérito.
A Polícia Civil já ouviu mais de 17 testemunhas. Uma ex-namorada do vereador o denunciou por agressões contra ela e a filha, que na época era menor. Já os médicos que atenderam o casal na madrugada em que Henry morreu disseram que o menino já chegou sem vida no hospital.
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O engenheiro Leniel Borel, de 37 anos, pai do menino Henry Borel, disse, nesta sexta-feira em entrevista à revista VEJA, que não tem dúvidas de que o namorado da mãe da criança, o vereador Dr. Jairinho, é o culpado pelo morte do filho. 
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"Não tenho dúvidas de que Dr. Jairinho é culpado. Naquela noite no hospital, ele ficava junto aos médicos que tentaram salvar o Henry o tempo todo. Ele é muito frio. Assim que foi decretado o óbito do meu filho, Dr. Jairinho chegou perto de mim e, na frente de uma pessoa da igreja que frequento e de uma amiga minha, disse: "Vamos virar essa página, vida que segue. Faz outro filho".
O engenheiro chegou a citar que o filho já reclamou que Dr. Jairinho o machucava quando ia abraçá-lo.
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"Tudo mudou assim que ela (mãe de Henry) foi para o apartamento do namorado (Jairinho). Logo no primeiro fim de semana comigo, o Henry falou: "Papai, o tio me machuca. O tio me dá um abraço muito forte, mas a mamãe disse que é sonho". Liguei imediatamente para a Monique, que alegou que isso era invenção da cabeça dele."
Ao ser perguntado se ele cogitou tentar pedir a guarda da criança na Justiça depois das reclamações do filho, Leniel disse que se arrepende de não ter tomado medidas drásticas, mas que nunca imaginou que aconteceria essa "monstruosidade."
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"Sei que não havia como prever que iria acontecer uma monstruosidade com meu filho, mas me culpo por não ter tomado uma medida mais drástica. Cheguei a falar algumas vezes com a Monique que se ele continuasse a reclamar que estava sendo machucado por esse tio, eu iria levá-lo para fazer um exame de corpo delito e recorrer à Justiça. A questão é que embora rejeitasse cada vez mais a casa da mãe e do Dr. Jairinho, meu filho não apresentava qualquer marca pelo corpo. Só naquele último fim de semana que ele tinha um machucado no nariz. Perguntei o que era, mas não soube dizer. Eu tinha receio de levantar uma suspeita tão séria, não se confirmar no exame e perder o direito de ver o Henry."
Ao finalizar, Leniel disse que vive por justiça. Não é porque alguém conhece esse ou aquele sicrano ou tem muito poder que pode ficar impune. Meu filho não morreu em vão. Não vou deixar que seja mais um caso impune. Só quero a verdade."
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