Rio de Janeiro 05/04/2021 - Familiares da Jéssica dos Santos Souza morta após ser baleada durante assalto dentro de trem no Rio, familiares chega ao IML para liberaçãodo corpo. Na foto acima a mãe Silvana dos Santos. Foto: Luciano Belford/Agencia O Dia
Rio de Janeiro 05/04/2021 - Familiares da Jéssica dos Santos Souza morta após ser baleada durante assalto dentro de trem no Rio, familiares chega ao IML para liberaçãodo corpo. Na foto acima a mãe Silvana dos Santos. Foto: Luciano Belford/Agencia O DiaLuciano Belford/Agencia O Dia
Por Yuri Eiras
Rio - Familiares da técnica de enfermagem Jéssica dos Santos Souza, morta após um tiroteio no trem da SuperVia, estiveram na manhã desta segunda-feira (5) no Instituto Médico Legal, no Centro, para reconhecer o corpo. Jéssica estava indo trabalhar como cuidadora de idosos na Tijuca quando foi atingida durante um assalto na estação Sampaio do ramal Japeri, no domingo de Páscoa. A jovem de 25 anos será enterrada na tarde desta segunda, no cemitério de Nova Iguaçu.

"A gente vê na reportagem mãe e pai chorando e não espera que um dia seja nossa hora. A gente, como mãe, quer ir primeiro. O certo é o filho enterrar os pais", desabafou a mãe Silvana dos Santos.

'Vamos estudar, nós vamos chegar lá'

Jéssica era enfermeira, estudante de Assistência Social e trabalhava como cuidadora de idosos na Tijuca. Casada e evangélica, a jovem planejava trabalhar na Marinha.

"Ela tinha sonhos. Se formou enfermeira, estava esperando a formatura. Estava tudo pago. Ela estava fazendo faculdade de Assistência Social, queria seguir a carreira militar. Ela falava para os irmãos: vamos estudar, nós vamos chegar lá, e quando chegar vamos ajudar nosso pai", disse Silvana.

Parte da família estranhou o fato de Jéssica não ter respondido as mensagens no celular e soube do tiroteio quase ao mesmo tempo que a imprensa.

"Nos tornamos reféns do medo e da violência. Ela estava indo trabalhar num plantão de quarenta e oito horas. O esposo estava saindo de um plantão também. Uma amiga viu que ela não estava chegando no trabalho. Basicamente quase que soubemos pela imprensa. Antes de o esposo dela saber, já estava na imprensa. Uma Páscoa, no domingo, perdeu a vida, acabou o sonho", lamentou a cunhada Rosângela Fernandes.
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Troca de tiros no vagão
Segundo testemunhas, criminosos entraram no vagão que Jessica estava e anunciaram o assalto. Um policial à paisana reagiu e houve uma troca de tiros. A técnica de enfermeira foi atingida na axila e passageiros que estavam na mesma composição tentaram socorrê-la fazendo uma reanimação. Ela chegou a ser levada para o Hospital Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte, mas não resistiu.
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O assalto aconteceu por volta de 7h, no trem que seguia de Japeri para a Central do Brasil. Outro homem informou ter se ferido, mas dispensou atendimento médico. Dos quatro assaltantes, dois conseguiram fugiram. Outros dois foram baleados, um deles foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu aos ferimentos. O outro está internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Engenho Novo.
Procurada pelo DIA, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) instaurou inquérito para apurar a morte de Jéssica. Dois criminosos foram presos e dois fugiram.
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