Especialistas defendem que o momento ainda não é para retornar
Especialistas defendem que o momento ainda não é para retornarReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Por Anderson Justino
Rio - A decisão da Justiça de suspender o retorno das aulas presenciais no município do Rio, marcado para esta segunda-feira (5), pegou muita gente de surpresa: entre pais, alunos, professores, donos de escolas particulares e principalmente a Prefeitura do Rio.
Na semana passada, o prefeito Eduardo Paes decidiu prorrogar até a próxima quinta-feira (9) as medidas de restrições para conter o avanço da Covid-19 na capital. Apesar de ainda severa, Paes decidiu pelo retorno das crianças, afirmando que estava baseado cientificamente. 
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Alguns especialistas não concordam com a decisão do prefeito. Março foi o mês com o maior número de contaminação em todo o estado. Em menos de uma semana, o Rio registrou dois dias de recorde de mortes por pessoas diagnosticadas com Covid. 
Chrystina Barros, pesquisadora de saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) explica que o momento não é adequado para que as crianças estejam nas salas de aula e que uma briga judicial acaba deixando as pessoas confusas nas informações.
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"É triste que uma crise de saúde seja tratada pela justiça. Isso confunde as pessoas, porque tecnicamente o vírus não recebe uma liminar e não vai deixar de contaminar. A gente precisa do comportamento das pessoas conscientes e essa briga judicial atrapalha. Nós sabemos do grande prejuízo das crianças fora da sala de aula, mas nesse momento, onde fechamos um mês com os piores números da pandemia, onde há uma nova variante circulando com maior risco de contaminação, não é a hora de retornar às atividades escolares. Definitivamente esse não é o momento. A atividade presencial não é recomendada", diz Barros.
já a médica geriatra e psiquiatra Roberta França diz que além dos riscos de contaminação das crianças, os profissionais da área da educação ainda não foram imunizados.
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"Enquanto não tivermos professores e todos os profissionais da educação imunizados, fica complicado o retorno presencial. Se já esperamos até aqui, porque não aguardar um pouco mais. é preciso ter o bom senso e entender que precisamos nesse momento preservar vidas. e preservar vidas é deixar essas crianças e os professores em casa. Sabemos das dificuldades que os pais enfrentam com as crianças em casa. Além do risco de contaminação dos alunos, os professores e ficam mais expostos. A maioria não leciona em apenas uma escola. Eles vão de escola em escola para aplicar a lição e correm risco alto de contaminação. Estamos em um momento que uma parcela muito pequena foi imunizada e ainda não temos vacinação em massa", explica a médica. 
A empresaria Samira Rosa Ribeiro, moradora da Vila da Penha, na Zona Norte do Rio, optou por deixar as duas filhas de 8 e 6 anos em casa.
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"Meu marido e eu estamos lutando para manter nosso sustento e de nossas filhas. Somos pequenos empresários e respondemos outras 12 pessoas que dependem da empresa para sustentar as famílias. Não somos ricos, mas se puder deixar nossas filhas em casa, faremos isso. Elas sentem falta das amigas, mas esse distanciamento é necessário para o momento", disse.  
O secretário municipal de Saúde, Renan Ferreirinha, disse que a Prefeitura do Rio ainda não foi notificada da decisão, mas que pretende recorrer. 
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Já o O Sindicato das escolas particulares do Rio (Sinepe), disse que a informação da suspensão das aulas ocorreu em cima da hora e pediu para que os pais dos alunos procurassem as escolas pra saber se estão abrindo ou não.
O Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (SinproRio) tratou como inviável o retorno presencial. 
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Por sua vez, o Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe) explicou que os profissionais de educação da rede municipal do Rio decidiram pela manutenção da greve que acontece desde fevereiro.