Ela também revelou que as cartas que saem do presídio não passam por uma vistoria, somente as cartas que entram. "Eu recebi a carta de uma esposa de um detento que estava na mesma ala que Lucas no estacionamento do presídio. A carta estava lacrada e eu entreguei para o Adriano", diz ela se referindo a Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis e acusado de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo.
No primeiro depoimento, a esposa do policial Marcos Siqueira havia apontado que os advogados de Flávio teriam sido os responsáveis por entregar a carta, já que eles tinham trânsito livre na unidade prisional e acesso aos irmãos Flávio e Lucas.
O deputado relator Alexandre Leite (DEM-SP) também questionou Andrea sobre os depósitos que ela recebeu da deputada federal Flordelis. O relator também quis saber se ela também tinha contato com a parlamentar. Em depoimento, Andrea disse que os valores recebidos pela deputada eram referentes à compra de televisores, ventiladores e material de higiene pessoal para Flávio e Lucas, já que eles haviam chegado recentemente ao presídio.
Sobre o contato com Flordelis, a esposa do policial preso confessou que conheceu Flordelis em outubro, mas que antes disso o seu contato com ela era apenas por telefone. "Ela só vivia em Brasília e ela falava comigo por telefone de lá e normalmente tarde da noite. Fora o Adriano, todos eles eu conheci em audiência", disse Andrea.
Filho adotivo Lucas diz que mãe tentou convencê-lo a assumir o assassinato de Anderson
O filho adotivo da deputada federal Flordelis, Lucas Cezar dos Santos de Souza, também prestou depoimento, nesta segunda-feira (19), ao Conselho de Ética e Decoro da Câmara dos Deputados, em Brasília. Lucas prestou depoimento de forma online, pois está detido no Presídio Tiago Teles, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.
Segundo ele, Flordelis enviava cartas a ele frequentemente e pedia para que assumisse o crime, se não, ela e Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, seriam prejudicados. De acordo com a polícia, Flávio seria o responsável direto pelo assassinato do pastor.
"Isso veio em uma carta através dos advogados do Flávio. Cheguei no presídio dias depois dele. Ficamos na mesma cela. Minha mãe mandava cartas com frequência para mim. Em uma delas, ela pediu para eu assumir a autoria do crime. Do contrário, ela e o Flávio poderiam ser prejudicados. Ela pediu para eu fazer isso, falando que não iria me abandonar e me daria toda a assistência. Inclusive a carta tinha a assinatura dela", disse o filho afetivo.
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