Mulher que desviava doações de cabelo e vendia perucas é presa pela Polícia Civil
Mulher que desviava doações de cabelo e vendia perucas é presa pela Polícia CivilReprodução / TV Globo
Por O Dia
Rio - Uma mulher foi presa preventivamente, esta semana, por ser suspeita de chefiar uma quadrilha que fazia comércio ilegal de cabelo. Gleice Milesi da Cunha se aproveitava das doações de cabelo, que deveriam ser confeccionadas para pessoas em tratamento do câncer, e vendia as perucas. Com os desvios, ela chegou a movimentar mais de R$ 8 mil reais e adquirir mais de 10 imóveis. A Polícia Civil encontrou Gleice Milesi da Cunha escondida em um motel. 
A história divulgada pelo Fantástico, da TV Globo, começou em 2005. Na época, Denildes de Palhano teve um câncer de mama e, depois de curada, passou a participar de grupos de apoio a mulheres com a doença. Após quatro anos, ela conheceu a ONG Fundação Laço Rosa, que recebe cabelo doado e faz perucas para pessoas que passam por quimioterapia. A advogada começou a suspeitar que havia muitas doações, mas poucas pessoas em tratamento da doença de fato recebiam as perucas. 
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Após investigações feitas pela própria Denildes, ela descobriu que a responsável por fazer as perucas era Gleice. Após alguns anos, a mulher foi apresentada a Denildes como namorada de um amigo. Ela se fingiu de amiga, se aproximou de Gleice, até que ela confessou os desvios. No lugar de produzir as perucas para doações, Gleice abriu uma fábrica, quatro lojas e também investiu em vendas pela internet. 
"Ela confessou sentada na minha frente. Falei para ela 'parou a palhaçada'. 'Eu sei quem é você, você é chefe de uma quadrilha. Eu vou prender você'", contou ao Fantástico.
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Depois da confirmação dos desvios, Denildes procurou a polícia e contou o que sabia. As investigações da polícia apontaram que na ONG, o cabelo era separado e entregue para Gleice, que até fazia algumas perucas, mas a maior parte das doações, ficava com ela pra ver vendida. 
Na operação da polícia, agentes foram a 13 endereços para encontrar Gleice. Nos locais, foram apreendidos mais de meia tonelada de cabelo humano, que em alguns casos estavam etiquetados com preço por quilo no valor de R$ 8,7 mil.

Na fábrica de Gleice, chamada de Fundação Terapia da Mulher, no Recreio, Zona Oeste do Rio, a polícia disse que não foi encontrada nenhuma peruca para doação, tudo estava etiquetado para venda. Nas lojas, os produtos não tinham nota fiscal e nem documentos que comprovassem a origem dos produtos.
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Em depoimento, Gleice disse que começou a trabalhar há cerca de cinco anos com a ONG e que existe um contrato, desde 2016, que "a cada quilo, duas perucas são doadas à Laço Rosa e uma peruca fica com a declarante, como forma de contraprestação, ou seja, de pagamento pelo serviço".
A polícia segue apurando quanto dinheiro a organização de Gleice movimentou.
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