Levantamento aponta que crianças até seis anos são as que mais sofrem violências no Rio
O estudo também mostra que 78% dos agressores são pais, padrastos e avôs. Adolescentes também aparecem nas estatísticas, mas em menos número
Por O Dia
Rio - Um levantamento da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) aponta que crianças entre 0 a 6 anos são as que mais sofrem com violências no estado do Rio de Janeiro. Além disso, a maior parte das agressões acontece dentro de casa e seus agressores são, em sua maioria, pessoas do círculo familiar.
De acordo com os dados, em 2020 foram contabilizados 447 bebês e crianças de 0 a 6 anos de idade em situações de violência, chegando ao número de 58% dos casos. Já a faixa etária dos 7 a 11, no total 231, marcou 38% e os adolescentes de 12 a 17 anos, 92, com 12%. O estudo também mostra que 78% dos agressores são pais, padrastos e avôs.
Segundo o estudo da FIA, 62% das vítimas das notificações são do sexo feminino e 38% do sexo masculino. Dos tipos de agressões sofridas por essas crianças, a maioria dos casos é de abuso sexual (49%), violência psicológica (24%), violência física (16%) e negligência (11%).
A pesquisa aponta que entre 2019 e 2020 houve uma diminuição no número de notificações desses casos. No entanto, o órgão acredita que devido a pandemia e atendimento remoto, subnotificações e diminuição de denunciais teriam colaborado para o resultado, ao invés da baixa nas taxa de violência em si.
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Casos recentes de violência contra crianças
O caso Henry Borel, de 4 anos, se encaixa nessas estatísticas. O menino morreu em março deste ano sob a suspeitas de ter sofrido agressões e tortura. De acordo com a polícia, o principal suspeito é o padrasto do garoto, e a mãe foi conivente.
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Outro caso que se enquadra nos dados é o da menina Ketelen Vitória, de 6 anos, que foi torturada até a morte pela mãe e a madrasta, em Porto Real, no Sul do estado do Rio. As duas confessaram o crime, que teria sido motivado por ciúmes, e estão presas em um presídio em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A menina teria sido agredida durante dois dias e depois jogada em um buraco de 7 metros, em matagal.
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