Viúva do miliciano Adriano da Nóbrega vai para prisão domiciliar
O pedido foi feito pelo ministro Reynaldo Soares da Fonseca, que entendeu que a medida irá proteger a integridade física e emocional da filha menor do casal de 9 anos
Rio - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta terça-feira, conceder prisão domiciliar a Júlia Emília Mello Lotufo, viúva do miliciano Adriano da Nóbrega. O pedido foi feito pelo ministro Reynaldo Soares da Fonseca, que entendeu que a medida irá proteger a integridade física e emocional da filha menor do casal de 9 anos "que se encontra desamparada e à mercê de cuidados de terceiros em razão da situação atual que se impôs à sua mãe".
De acordo com a decisão, Júlia terá que fazer o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, ficou decidido que haverá o recolhimento de passaportes brasileiro e de outras nacionalidades. Júlia também não poderá manter qualquer contato com os outros investigados e terá que comparecer ao Juízo, sempre que houver solicitação.
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"O ministro ainda advertiu que a investigada somente poderá sair de sua residência, sem prévia autorização judicial, em caso de absoluta necessidade de saúde, com comunicação posterior e documental à Justiça", dizia parte da decisão.
Morte de Adriano da Nóbrega
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O miliciano e ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano da Nóbrega morreu no dia 9 de fevereiro de 2020 em confronto com a polícia na Bahia. Ele é apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo de matadores suspeito de ligação com as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrida em março de 2018. A Polícia Civil do Rio, que monitorava o miliciano, participou da ação com informações de inteligência.
O confronto com a polícia aconteceu na Zona Rural da cidade de Esplanada, onde o ex-capitão mantinha um esconderijo. Contra Adriano da Nóbrega, que estava foragido, havia um mandado de prisão expedido em janeiro de 2019. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia, quando os policiais tentaram cumprir o mandado de prisão ele resistiu com disparos e acabou ferido.
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Ele chegou a ser socorrido para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos, segundo o órgão. Com Adriano foi encontrada uma pistola austríaca calibre 9mm. Após fazerem buscas em outros locais da casa, os policiais encontraram mais três armas.
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