Governo do Rio estuda calendário unificado de vacinação a partir de julho
Estado recebeu novas doses de vacinas contra a covid-19 nesta quinta-feira. Prefeitura do Rio garantiu retomada do calendário para aplicação da segunda dose da Coronavac nesta sexta
Por O Dia
Rio - O secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, confirmou que uma nova remessa de vacinas contra a covid-19 foi entregue ao Rio de Janeiro pelo Ministério da Saúde, às 6h, desta quinta-feira. As 184,2 mil doses da CoronaVac e 54,75 mil doses da Oxford/AstraZeneca serão distribuídas aos 92 municípios do Estado.
Em nota, a Secretária Estadual de Saúde (SES) disse que a previsão é que os municípios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e Maricá retirem suas doses ainda nesta quinta-feira. A entrega para os demais municípios está sendo programada, considerando as condições climáticas que impactam no deslocamento das aeronaves e, assim que definida, será divulgada pela pasta.
Em entrevista ao 'Bom Dia Rio', da TV Globo, Chieppe informou que o estado está estudando a possibilidade de criar um calendário unificado de vacinação a partir de julho. Entretanto, isso dependerá da distribuição dos imunizantes por parte do Ministério da Saúde.
"Já existe uma conversa em andamento com o conselho de secretários municipais de saúde que, na verdade, os municípios são responsáveis pela vacinação, então, eles têm que ser envolvidos nesse processo, exatamente para que, agora quando acabar esse período de comorbidade, a gente tenha minimamente um calendário unificado no Estado do Rio de Janeiro", explicou o secretário.
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"Quando nós iniciarmos a fase de vacinação dos grupos especiais e por faixa etária, que a gente consiga passar para a população um calendário unificado que dê tranquilidade em relação à vacinação, de quando cada pessoa vai ser vacinada. Obviamente, que isso depende da entrega de remessas de vacina pelo Ministério da Saúde", acrescentou.
A cidade do Rio de Janeiro retomou nesta quarta-feira a vacinação contra a covid-19 para gestantes e puérperas com comorbidade. Com a chegada de novas doses, o secretário informou que uma parte da vacina CoronaVac foi reservada para esse grupo.
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"Estamos reservando 20 mil doses desse total para gestantes. Dessas 20 mil doses, 10 mil serão guardadas para segunda dose. Nós não vamos mais utilizar todas como D1 (primeira dose). A expectativa é que se vacinem as 10 mil grávidas fora do Rio de Janeiro. O município do Rio de Janeiro poderá usar a vacina da Pfizer ou a CoronaVac. E nos outros 91 mil municípios do estado, as grávidas com comorbidade serão vacinadas com a CoronaVac", disse.
A vacinação para grávidas havia sido suspensa no estado do Rio de maneira preventiva na terça-feira (11), após uma nota emitida pela Anvisa na noite da segunda (10) orientando a suspensão imediata da imunização de gestantes pela vacina Oxford/AstraZeneca. Na capital, puérperas também tiveram a campanha interrompida.
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A nota emitida pela Anvisa também recomendou ao Programa Nacional de Imunização (PNI) que suspendesse a imunização com a vacina Oxford/AstraZeneca após a identificação feita pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de uma paciente que teve um possível quadro de efeito adverso após receber a dose do imunizante e faleceu. A vítima, uma gestante, teria desenvolvido uma trombose dias após ser vacinada. O Ministério da Saúde investiga o caso.
Na capital, segunda dose da Coronavac garantida e da AstraZeneca suspensa para gestantes
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O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que a capital do Rio está vacinando as grávidas apenas com a Pfizer. "Na cidade do Rio, a CoronaCac que vai chegar é para completar a segunda dose. A gente não vai aplicar nenhuma dose desse imunizante em primeira dose enquanto não zeramos a turma que tomou a primeira dose", afirmou ele ao 'Bom Dia Rio'.
Ele lembra que as gestantes precisam de uma avaliação médica do risco e benefício para tomar a vacina da covid-19 e também precisam assinar um termo de esclarecimento dos riscos dessa vacina.
Soranz ainda falou que a aplicação da segunda dose da CoronaVac está garantida e vai começar a ser aplicada nesta sexta-feira.
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"Nossa expectativa é receber 90 mil doses de vacina CoronaVac para que a gente possa fazer toda essa vacinação do grupo de 65 a 64 anos e dos profissionais de saúde que já estavam atrasadas. Elas seriam aplicadas hoje, mas tivemos que adiar e vai ser feitas amanhã. Esperamos equacionar o problema da segunda dose causada pelo próprio Ministério da Saúde", disse Soranz.
Soranz afirmou que o município prevê a aplicação de 30 mil doses de vacina por dia nesse calendário recém divulgado. Segundo ele, é um número bem inferior ao que está sendo aplicado no momento.
"Lembrando que esse calendário também acelera o grupo com comorbidades e pessoas com deficiência, que são do grupo prioritário e depois começa com o segundo critério epidemiológico que é a idade, assim foram feitos em muitos países. Então, a gente volta para três dias para cada idade gradativamente até outubro, quando vacinamos pessoas com 18 anos".
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O secretário explicou que a ideia é vacinar o maior número de pessoas possível. "Sempre fazemos uma reserva técnica de um certo período, não do período todo completo, porque é importante que a gente aplique o mais rápido possível a primeira dose também. A Fiocruz já regularizou a sua produção, então podemos aplicar essas primeiras doses com segurança, porque temos uma pequena reserva para garantir essa aplicação".
Mesmo com o objetivo do Governo do Estado de criar um calendário único, Daniel Soranz garantiu que o calendário divulgado nesta quarta se manterá.
"A princípio a gente não tem nenhuma discussão para a mudança desse calendário. Pode ser que os outros municípios acompanhem a capital do Rio, que fez um calendário por idade, mais objetivo para contemplar toda a população e tentando dar uma previsibilidade para as pessoas da data em que elas vão se vacinar. Estamos abertos a essa discussão, mas esperamos que os outros municípios e talvez outras capitais nos acompanhem nesse calendário por idade".
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Todas as vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil são seguras e certificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde. Em caso de reações leves, moderadas ou graves, é preciso procurar a unidade de saúde onde a pessoa foi vacinada para que seja notificado o caso.