Operação mira lojas de fachada usadas para compra ilegal de vale refeição
Empresas trocavam créditos por dinheiro vivo e cobravam uma taxa pelo serviço
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), em parceria com a Polícia Civil, realiza uma operação nesta terça-feira (25) contra a compra ilegal de vale refeição. De acordo com as investigações, empresas na Pavuna e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, trocavam os créditos de trabalhadores por dinheiro e cobravam uma parte do valor, considerado abusivo, pelo serviço. A ação conta com o Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC), a 13ª DP (Ipanema), a 23ª DP (Méier), e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
Segundo o MPRJ, as investigações tiveram início após um inquérito sobre menores de idade das comunidades do Pavão-Pavãozinho e complexo do Chapadão, que roubavam joias, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Os adolescentes repassavam os produtos roubados a dois estabelecimentos comerciais clandestinos que funcionavam comprando ouro e outros bens. No mesmo lugar, era realizada a compra de vale refeição.
Durante as investigações, uma rede de empresas de fachada usadas para disfarçar a origem ilegal dos produtos dos crimes foi descoberta. A partir dos bens apreendidos durante esta primeira fase da operação, novas denúncias foram abertas contra 12 integrantes da organização criminosa.
Na ação, foram apreendidos banners com a inscrição "Compro Tíquetes", máquinas para cartões bancários, vales refeição, diversos cartões de benefícios, dinheiro, comprovantes de transação financeira realizada nas máquinas de cartões, porta-documentos com a inscrição "tíquetes/cartão", além de diversas anotações e documentos.
O líder da quadrilha seria Alexandro de Souza Mello, conhecido como 'Leco'. Segundo o MPRJ, ele comandava os outros integrantes do grupo e as movimentações financeiras da organização criminosa. Junto com ele, trabalhava sua companheira Flavia Regina da Silva Machado, que atuava como gerente de estabelecimentos comerciais envolvidos no esquema criminoso e Valdo Ramos do Vale, sócio de duas empresas 'fantasmas', e com grandes movimentações financeiras.
De acordo com as informações do MPRJ, as duas têm endereços inexistentes e não contam com funcionários registrados. Valdo seria a pessoa de confiança de Alexandro, já que era encarregado de cooptar clientes e divulgar as atividades desenvolvidas nas empresas de 'Leco'. Segundo a Polícia Civil, foi constatado um esquema de lavagem de dinheiro, estelionato e receptação qualificada, além de crimes contra a ordem tributária e falsidade documental.