Personalidades e parlamentares defendem a Uerj após proposta de deputado para extinguir universidade
Cantoras Daniela Mercury e Teresa Cristina defenderam as universidades públicas
Rio - Personalidades e parlamentares manifestam-se nesta quarta-feira defendendo a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) depois que o deputado estadual Anderson Moraes (PSL-RJ) anunciou nesta terça-feira (25) que protocolou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) um Projeto de Lei para extinguir a universidade.
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A cantora Daniela Mercury defendeu a luta contra a destruição da UERJ e das universidades públicas. "Estudantes, temos que protestar. Não silenciem!", escreveu no Twitter.
A cantora e compositora Teresa Cristina também criticou a proposta. "Gente, um deputado (quem elegeu isso?) criou uma PL pedindo a extinção da UERJ!!!!!!!!!!!!!! A gente nem pode acordar direito, já vai abrindo os olhos virada no ódio? É isso mesmo?", questionou a cantora.
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O deputado federal Alessandro Molon, que na terça-feira anunciou que finalizou seu mestrado em Direito Público na Uerj, hoje (26) se manifesou em defesa da Educação Pública. "Como professor e ex-aluno da UERJ, reafirmo meu compromisso em lutar pela educação pública contra qualquer ameaça de extinção ou de desmonte. Vamos juntos! UERJ resiste!", escreveu.
A deputada estadual do Psol Mônica Francisco disse que o objetivo da proposta seria tirar o foco da CPI da Covid-19, que tramita no Senado Federal. "Deputado bolsonarista quer extinguir a Uerj, que está entre as 10 melhores universidades do Brasil. Mas nós sabemos que o objetivo é tirar o foco da CPI da Covid-19 e aparecer. Nós, uerjianos, temos um recado: a Uerj já resistiu a coisa muito pior que você", afirmou a parlamentar.
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O candidato ao governo do Estado se São Paulo em 2018 Guilherme Boulos (Psol-SP) também se manifestou. "Deputado bolsonarista apresentou projeto de lei pedindo a extinção da UERJ, uma das universidades públicas mais importantes do país. É a cara dessa gente", criticou.
Em seu perfil nas redes sociais, o deputado Anderson Moraes justifica seu pedido criticando o gasto de dinheiro público usado para sustentar a Universidade. Em seu pedido, o deputado alega “nítido aparelhamento ideológico de viés socialista na Universidade” como uma justificativa para o fim da UERJ. Quando se candidatou, em 2018, Anderson Moraes possuía apenas o ensino médio concluído.
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Nas redes sociais, universitários e participantes do sistema acadêmico responderam ao comunicado do deputado lembrando que a UERJ é uma das dez maiores universidades do país, pioneira no sistema de cotas e responsável por garantir acesso ao ensino superior para as classes mais pobres.
A Uerj é a oitava melhor universidade do Brasil, com cerca de 40 mil alunos distribuídos em 30 unidades acadêmicas em sete campi: Maracanã, Resende, Ilha Grande, Petrópolis, Teresópolis, Friburgo, São Gonçalo e Duque de Caxias. São 90 cursos de graduação, 60 de mestrado e 40 de doutorado, além da educação básica promovida pelo Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj) e do ensino à distância, disponível por meio da sua integração ao Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cederj). Primeira instituição pública de ensino superior a adotar um sistema de cotas e a abrir cursos noturnos, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro não vai se pronunciar sobre o assunto.
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