Sepultamento de Dominguinhos do Estácio, no Catumbi, Região Central do Rio
Sepultamento de Dominguinhos do Estácio, no Catumbi, Região Central do Rio Luciano Belford / Agência O DIA
Por O Dia
Rio - O corpo do intérprete e compositor Dominguinhos do Estácio, de 79 anos, foi sepultado no Cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, Região Central do Rio, na tarde desta segunda-feira. Domingos da Costa Ferreira estava internado desde o dia 11 de maio, no Hospital Azevedo Lima, em Niterói, após sofrer uma hemorragia cerebral. O artista precisou ser intubado no último dia 20 e faleceu às 21h43 deste domingo (30).
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Centenas de pessoas acompanharam o cortejo. Dentre eles, o escritor Paulo Mattos Batista, que fez uma homenagem ao intérprete. "Dominguinhos fez história, reviveu nossas memórias, nos ensinou a cantar, respirar, interpretar e muitas vezes invejar. Pastor de ovelhas e desfiles, sabia dosar seu tom, ai meu Deus, como era bom ter Dominguinhos comandar seu carro de som". Confira:
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A trajetória de Dominguinhos do Estácio
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Dominguinhos do Estácio iniciou sua carreira na década de 1960, ainda na Unidos de São Carlos, no Estácio. A escola passou a se chamar Estácio de Sá, em 1983. O sobrenome artístico se refere ao local em que Dominguinhos vivia e iniciou sua carreira no Carnaval, até receber a primeira oportunidade como intérprete oficial nos anos 1970. Veio em 1975 o antológico samba "Festa do Círio de Nazaré", de sua autoria, pela Estácio. O compositor era devoto de Nossa Senhora de Nazaré.
O talento do intérprete e compositor do São Carlos chamou a atenção do presidente da escola de Ramos Imperatriz Leopoldinense. Luizinho Drumond levu Dominguinhos para a Imperatriz em 1978, com quem a escola ganhou seus primeiros Carnavais. Ao todo, o compositor e intérprete ganhou cinco campeonatos:
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1980 - O que é que a Bahia tem (Imperatriz Leopoldinense).
1981 - O teu cabelo não nega (Imperatriz Leopoldinense).
1989 - "Liberdade, liberda, abre as asas sobre nós. (Imperatriz Leopoldinense).
1992 - Paulicèia desvairada - 70 anos do modernismo (Estácio de Sá).
1997 - Trevas! Luz! Explosão do universo (Unidos do Viradouro).
Na Viradouro, escola de Niterói, Dominguinhos foi intérprete oficial por onze carnavais. A vermelho e branco lamentou a morte do artista. "Sua voz inconfundível e seu carisma cativaram nossa comunidade, criando uma relação única e especial, que ficará para sempre na história do samba e da Viradouro. É com imenso pesar que a Viradouro se despede hoje de um dos maiores intérpretes do carnaval. Descanse em paz, Dominguinhos", disse em nota divulgada.
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Dominguinhos também passou pela Grande Rio, onde foi voz oficial em 1990.