Após vacinação em massa, professores do Rio decidirão suspensão da greveDivulgação

Por O Dia
Rio - O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) fez uma manifestação simbólica em frente a Prefeitura do Rio, na Cidade Nova, no Centro, desta quinta-feira. A ação, que contou com a presença de seis diretoras, teve o propósito de marcar a vitória da luta pela imunização da categoria e alertar para a falta de doses para grávidas. Os profissionais da educação também farão uma assembleia nesta sexta-feira, às 17h, para apresentar outras pautas e decidir sobre a suspensão da greve.
Após vacinação em massa, professores do Rio decidirão suspensão da greve - Divulgação
Após vacinação em massa, professores do Rio decidirão suspensão da greveDivulgação

"Além de marcar a nossa vitória e levar o restante da pauta de negociação que já votamos algumas vezes nas assembleias, também lembramos que nossas grávidas, em sua maioria, não conseguiram se vacinar ontem pelo fato de só ter AstraZeneca e que é preciso ter uma atenção especial as grávidas da educação", disse Duda Quiroga, da Secretaria de Assuntos Educacionais (SAE) do Sepe.

Duda ainda ressalta que é importante lembrar que isso não significa imunização total contra a covid-19, porque é preciso tomar a segunda dose da vacina.
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"Mas entendemos que é uma resposta positiva ter essa vacinação em massa às nossas reivindicações da greve pela vida que já dura mais de 100 dias. Nós temos outras pautas em referência as estruturas das escolas, as quebras de protocolos para o distanciamento de apenas 1 metro nas salas de aula. Enfim, a luta continua e nós vamos apresentar o restante dessas outras pautas, mas talvez essa seja, inclusive, o último ato simbólico da greve em si. Porque temos assembléia amanhã, às 17 horas, e pode ser que categoria entenda, a gente avance nas negociações e que termine a greve", explicou ela.
A prefeitura suspendeu as aulas presenciais nos dias 9 e 10 em virtude da vacinação dos profissionais da educação básica e os possíveis efeitos colaterais da vacina. No entanto, o sindicato informou que vai manter a paralisação de 24h reforçando que ela se estende para todas as atividades remotas.

"O calendário da primeira dose foi adiantado graças a muito barulho e muita luta da categoria, não podemos afrouxar agora, precisamos garantir a segunda dose no tempo correto e o retorno presencial apenas após a imunização completa".
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Após o ato simbólico, diretoras do Sepe-RJ cobraram resposta à solicitação de audiência com o prefeito Eduardo Paes (DEM), protocolada há 10 dias, para tratar da lei 6806/20, que trata do reconhecimento da função de magistério das Agentes da Educação Infantil (AEIs). De acordo com Duda, elas estão solicitando essa audiência e não entende o motivo da prefeitura protelar essa audiência especial.
"Existe uma legislação de regulamentação de enquadramento das companheiras como quadro de magistério. A gente sabe que quando o concurso delas foi feito somente como nível fundamental, embora já tivesse nos quadros da educação e LDB nova já não permitia que um profissional que fosse atuar dentro de sala de aula tivesse menos do que o normal de nível médio. Em 2010, começou o curso ProInfantil para que elas tivessem toda essa formação mínima necessária e elas recebem até uma gratificação hoje em dia depois de muita luta por conta de ter essa formação. Porém, elas não querem uma gratificação, elas querem ser reconhecidas como um quadro do magistério e não do quadro administrativo e portanto com a formação que elas têm de fato. Por lei, elas não poderiam atuar em sala de aula se elas não tivesse essa formação mínima do normal de nível médio", disse Duda.
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Vacinação suspensa para grávidas
A Prefeitura do Rio suspendeu a vacinação de grávidas e puérperas com comorbidades por falta de doses da Pfizer e CoronaVac. Desde o último dia 11, apenas os dois imunizantes podem ser aplicados em pessoas deste grupo. A medida foi colocada em vigor após uma nota da Anvisa orientando a suspensão imediata da imunização de gestantes com a vacina Oxford/AstraZeneca. Na capital, puérperas também tiveram a campanha interrompida.
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Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o município não conta com nenhum dos dois imunizantes e aguarda envio pelo Ministério da Saúde. "Assim que estas vacinas estiverem disponíveis, nova data para vacinação deste público deverá ser divulgada", explicou a pasta.