Nove pessoas foram mortas dentro de casa no Morro do Fallet. PM defende confronto, mas familiares das vítimas dizem que eles estavam rendidos e foram executados Divulgação / Defensoria Pública

Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou 13 policiais militares por removerem nove cadáveres de uma cena de crime durante uma operação no Fallet, no Catumbi, em fevereiro de 2019. A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros ficará responsável por analisar a denúncia. Os militares respondem pelo crime de fraude processual, que tem como pena máxima dois anos. Na época, foi constatado através da perícia, que os mortos foram removidos do local na caçamba de viaturas da PM.
Segundo o documento da denúncia, assinada pelo promotor Paulo Roberto Mello Cunha Junior, os acusados retiraram de forma indevida os corpos do local, com o objetivo de prejudicar a perícia. Todos os acusados foram identificados, são eles: o capitão Geilson Henrique Anastácio da Silva, os sargentos Rafael da Silva Gomes e Carlos Thiago Arigoni Arruda, os cabos Erick Macedo da Silva, Adailton Saturno da Silva, Bruno Rodrigues de Souza, Wallace da Costa Borges, Thiago Rodrigues de Souza, Pedro Igor Martins Schnaider, Fabrício da Fonseca Lemos, Dannilo Damasceno dos Santos Rodrigues e os soldados Douglas Luís Pereira e Diogo de Araújo Alves.
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Há dois meses, o MP decidiu arquivar o inquérito que investigava os mesmos policiais pelo homicídio dos nove homens. Na ocasião, o promotor responsável pelo caso, Alexandre Murilo Graça, pediu pelo arquivamento do caso sob a justificativa de que os policiais agiram em legítima defesa. As investigações sobre os possíveis homicídios e outros crimes conexos ao caso acabaram sendo desmembradas após o fim Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), do MP.
Na época, a operação no Fallet terminou com o saldo de 13 mortos, tendo mais quatro em outros pontos da comunidade. A perícia feita na casa onde homens foram mortos aponta que as vítimas foram arrastadas por três andares, após serem baleadas. 
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Geilson Henrique Anastácio da Silva, capitão da operação, também responderá por omissão, já que tinha por lei o dever de vigilância sobre a ação dos que estavam sob seu comando.