Orlando Curicica está preso desde junho de 2018 no presídio federal federal de Mossoró, no Rio Grande do NorteDivulgação / Polícia Civil

Por O Dia
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que vai solicitar a suspensão do pedido de transferência do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, do Rio Grande do Norte para o Rio de Janeiro. Segundo informações do O Globo, o juiz Walter Nunes da Silva Júnior, da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, determinou o retorno do criminoso, que está no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, desde 2018, para o Rio de Janeiro, no último dia 2.
No entanto, até o momento, a Vara de Execuções Penais (Vep) do Tribunal de Justiça do Rio não foi intimada, formalmente, da decisão. Segundo o TJRJ, o juiz Marcello Rubioli, titular da (Vep), informou que, tão logo, a Vara de Execuções receba comunicado da decisão, vai apontar conflito de competência junto ao Superior Tribunal de Justiça com pedido de efeito suspensivo. Para o Tribunal do Rio, o STJ entende que esta decisão cabe ao juiz estadual do Rio.
Publicidade
No pedido de transferência, o juiz do Rio Grande do Norte informou não há previsão para que a transferência seja feita pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Informou também que após término do prazo de permanência de Orlando Oliveira na unidade federal, não houve pedido de renovação da sua permanência em Mossoró. Sendo assim, a defesa do paramilitar pediu o seu retorno.
Orlando Curicica foi preso no dia 27 de outubro de 2017, em um condomínio de classe média em Vargem Pequena, por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da subsecretária de Inteligência, da Secretaria de Segurança do estado.
Publicidade
De acordo com a especializada, Orlando é chefe da milícia de Curicica. No entanto, ele continua preso não pela acusação de organização criminosa, mas sim pelo processo que o aponta como mandante de um assassinato em 2015, com características semelhantes ao da vereadora Marielle.
Publicidade
Em quatro depoimentos — um feito à Polícia Federal, dois ao Exército, e outro à Delegacia de Homicídios (DH) — a testemunha disse ter presenciado quatro conversas entre Siciliano e Orlando. Quatro meses depois, Orlando foi preso, mas mesmo de dentro de Bangu 9 continuou a mandar na milícia. Em uma das conversas, a testemunha disse que Siciliano encontrou Orlando, que já estava foragido, e xingou Marielle, associando seu nome ao do deputado estadual Marcelo Freixo. Na ocasião, disse: "precisamos resolver isso logo".
Dentro do presídio, Orlando redigiu sua defesa em uma carta, ao qual O DIA teve acesso. Nela, Orlando diz que não conheceu os vereadores Marcello Siciliano ou Marielle, nega ser miliciano, cita nominalmente a testemunha e diz que ela é chefe de uma milícia aliada ao tráfico, na Zona Oeste. "Informo que (a testemunha) não tem qualquer credibilidade haja vista o referido chefiar a milícia do Morro do Banco", escreveu, citando o nome de um PM. Confira a carta na íntegra
Publicidade