Na ocasião, festa foi encerrada e o estabelecimento multado em R$5 milBuda Beach Cabo Frio
"Os agentes coletaram o casaco que a mulher usava no dia do fato, onde foi encontrado material genético que será confrontado com o DNA dos homens", disse a Polícia Civil,em nota. Imagens de câmera de segurança também estão sendo analisadas.
Em entrevista à 'TV Globo', a vítima informou que ingeriu muitos drinks alcoólicos durante a festa, que era privada, e depois subiu para um segundo andar da boate, onde teria ocorrido o estupro supostamente cometido por dois funcionários da casa. Ela afirma não se recordar com clareza do episódio, mas diz lembrar que eles vestiam uniforme. "Eu tinha uma ideia que o segundo andar era tipo uma espécie de área VIP, camarote, algo assim, que me chamaram, não lembro realmente como fui parar lá. Lembro quando uma amiga chegou lá em cima e tentou me acordar, não consegui e vi um vulto. Um deles estava de uniforme", disse ela.
Procurado pelo DIA, o policial militar Diogo Souza, sócio do Buda Beach, negou o episódio de estupro. Ele afirmou que os dois homens apontados como autores do crime não são funcionários do local, mas sim de outro estabelecimento que pertence ao grupo. Capitão Diogo argumentou que eles estavam de folga, não vestiam uniformes, e que a relação foi consensual - "um deles estava ficando com ela na frente de todo mundo.
"O amigo dela, no dia, estava gritando que a casa ia pagar muito dinheiro a ele. Ela, meia hora antes, estava bem. E depois de meia hora já estava falando comigo novamente, como se nesse período ela não se lembrasse do que aconteceu. Me causa muita estranheza uma pessoa ficar inconsciente apenas por um período. Inclusive, depois do suposto fato ela permaneceu na frente da casa por horas. Eu ofereci ao amigo dela, que se ele achasse que teria acontecido algum tipo de crime, eu os levaria imediatamente na delegacia para prestar queixa", disse o policial. "A gente não tem nada a esconder. A gente não aceita qualquer tipo de coisa errada", completou.
Para Capitão Diogo, que foi candidato nas últimas eleições municipais de Cabo Frio, "existe um interesse político de tentar desconstruir" a sua imagem e a do deputado estadual Filippe Poubel (PSL). "Me causa muita estranheza o fato de as pessoas estarem explorando mais os donos do estabelecimento do que o fato em si".
A assessoria de Filippe Poubel enviou vídeo onde o deputado afirma não ter visto "qualquer tipo de agressão" durante o evento. Um amigo da mulher que acusa funcionários da casa de estupro disse ter visto Poubel gritar ofensas homofóbicas a ele. O deputado negou. "Não sou homofóbico. Tenho inclusive pessoas no meu gabinete que são homossexuais". Poubel disse não ter sido notificado oficialmente para depor, mas que irá procurar a Polícia Civil espontaneamente para prestar esclarecimentos.
"Estava no local, sim, cuidando de questões administrativas. Não presenciei qualquer tipo de agressão e repudio qualquer tipo de violência contra a mulher. Embora não tenha recebido nenhuma notificação oficial, me comprometo a prestar de maneira voluntária todos os esclarecimentos possíveis, por ser o principal interessado na verdade. Não sou homofóbico. Tenho inclusive pessoas em meu gabinete que são homossexuais. Meu compromisso sempre será com a verdade e com o respeito às individualidades", disse o parlamentar no vídeo.
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