Verônica Lima registrou boletim de ocorrência contra Paulo Eduardo Gomes nesta quarta-feiraDivulgação

Por Jenifer Alves
Rio - A vereadora Verônica Lima (PT) registrou um boletim de ocorrência contra o parlamentar Paulo Eduardo Gomes (PSOL) após uma discussão na câmara de Niterói, nesta quarta-feira. Segundo ela, o vereador a intimidou, a agrediu verbalmente e chegou a ser contido por colegas no momento da briga. O caso aconteceu durante a reunião do colégio de líderes sobre um projeto de lei apresentado por Gomes que teria um teor parecido com outro já apresentado anteriormente por Verônica. A PL da parlamentar está parada para ser julgada pela Comissão de Saúde, a qual é presidida pelo vereador desde 2019. 
Vêronica também acusa Paulo Eduardo de ataques lesbofóbicos ao dizer que ela "queria ser homem" e que que iria tratá-la “igual a homem”.  A parlamentar alega ainda que no último mês também foi desrespeitada por Gomes durante reunião da Comissão de Habitação e Regularização Fundiária. Segundo Verônica, após o episódio, o parlamentar ainda enviou mensagens por meio de um aplicativo para coagi-la.

“Não se trata de vitimismo. Não dá mais para tolerar o comportamento do vereador Paulo Eduardo Gomes. Ele tentou me constranger por eu ser mulher e pela minha orientação sexual, mas não vai conseguir. Ele tenta me intimidar e constantemente me desrespeita enquanto estou no meu exercício de vereadora. Fui eleita para representar o povo, e me sentir segura na Câmara é um direito meu. Esse ódio direcionado contra mim, por parte do vereador Paulo Eduardo, precisa ser freado. Ele tem que ser responsabilizado por seus atos gravíssimos”, afirma Verônica.
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Procurado pelo DIA, Gomes pediu desculpas pelo ocorrido e alega que suas palavras não foram ditas como tem sido divulgadas e que foi um erro de sua parte. Ele também alegou que não houve menção ou ameaça de violência e que todos estavam exaltados no momento da discussão.
"Não há como negar que pratiquei um ato machista e lesbofóbico do qual me arrependo profundamente. Mas racionalmente digo que não desejei constrangê-la, foi uma resposta errada que dei em meio a uma discussão acalorada entre nós. Todas as discussões com a vereadora ao longo de anos foram em função de divergências na conduta política, em votações como na recente Reforma da Previdência, em que votei contra o aumento da alíquota previdenciária dos servidores e a vereadora votou a favor, contra os trabalhadores. São diversas as diferenças entre nós, mas reitero que nenhuma divergência política permite a falta de respeito e a reprodução de falas que causem dor às mulheres", disse.
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Além do boletim de ocorrência, a vereadora disse que também irá abrir uma representação oficial por quebra de decoro na Câmara.