Rio foi a primeira capital brasileira a aprovar a combinação das vacinasReprodução

Por O Dia
Rio - A Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Rio decidiu manter a vacinação cruzada contra o novo coronavírus para as gestantes. A deliberação conjunta foi pactuada com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). A medida foi tomada após consulta ao grupo de apoio técnico de especialistas e epidemiologista da SES e do comitê científico da prefeitura do Rio de Janeiro.
A pasta reforçou que os estados têm autonomia para tomar suas decisões, após pactuação bipartite. No último dia 30, o governo do Rio enviou um ofício aos 92 municípios orientando que todas as grávidas, com ou sem comorbidades, vacinadas com a primeira dose da vacina AstraZeneca, recebessem a segunda dose da Pfizer. De acordo com o documento, a orientação também vale para mulheres que tiveram seus bebês a menos de 45 dias.
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Na terça-feira (29), a utilização dos dois imunizantes juntos foi adotada pela prefeitura do Rio, que foi a primeira capital brasileira a aprovar a combinação das vacinas. O anúncio foi feito pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, nas redes sociais.
"Seguindo a recomendação do nosso comitê: As gestantes (com ou sem comorbidades) que tomaram a primeira dose da vacina AstraZeneca poderão, mediante avaliação dos riscos e benefícios com seus médicos, realizar a segunda dose com a vacina da Pfizer 12 semanas após a primeira dose", escreveu Soranz.
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A decisão vai contra a recomendação do Ministério da Saúde, que desautorizou, nesta quinta-feira (8), a combinação de vacinas, a chamada intercambialidade. Segundo Queiroga, ainda não há nenhuma comprovação médico-científica que valide a prática da intercambialidade, que não é recomendada em nenhum caso.
"Estudos de intercambialidade estão sendo realizados, mas ainda não são suficientes para tomarmos decisões como estratégias de saúde pública. Na hora que houver mais estudos, aí sim os especialistas vão se manifestar no [âmbito] do Programa Nacional de Imunização, apoiado pela câmara técnica", disse o ministro, que fez um alerta para os secretários que pretendem adotar a medida.
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"Os secretários estaduais e municipais de Saúde que, por acaso, queiram modificar as orientações do PNI não devem fazê-lo por conta própria. Devem fazê-lo após aprovação do grupo intergestor do PNI, apoiado pela Câmara Técnica. Claro que eles têm sua autonomia, mas não para mudar o cerne do que foi discutido na política tripartite (...) Se é uma questão operacional do município, o secretário tem autonomia plena, mas não pode ficar criando esquemas vacinais diferentes, de maneira discricionária, sem ouvir ao PNI. A melhor maneira de termos eficiência na nossa política de vacinação é a discussão ampla, com o apoio dos especialistas", acrescentou Queiroga.
AstraZeneca e as grávidas
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Em maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão da aplicação da vacina AstraZeneca em grávidas devido a um alerta do fabricante. A farmacêutica que produz o imunizante explicou sobre a existência da suspeita de um 'efeito adverso grave de AVC', que teria matado uma gestante e o bebê.
A partir da resolução da Agência, as gestantes passaram a ser vacinadas na primeira dose com Pfizer e CoronaVac. Já para as grávidas que já haviam tomado a primeira dose da AstraZeneca, a recomendação do Ministério da Saúde era de que elas esperassem o fim da gestação e do puerpério para receber a segunda dose do mesmo imunizante.