Presos por fraude em contratos da UFRJ já haviam sido apontados em irregularidades no Ministério da Saúde
Polícia Federal deflagrou operação que mira fraudes em contratos do Instituto de Psiquiatria (IPUB) da UFRJ. Na casa de um dos alvos, agentes encontraram R$ 70 mil em espécie
IPUB/UFRJ - REPRODUÇÃO FACEBOOK
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Por O Dia
Rio - Os dois empresários presos pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8), investigados em esquema de fraudes em processos de licitação no Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ), são também suspeitos de irregularidades por reformarem galpões do Ministério da Saúde sem licitação, durante a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello. As informações são da 'TV Globo'.
As prisões aconteceram em Niterói e na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Agentes também cumpriram nove mandados de busca e apreensão. Na casa de um dos alvos, em Copacabana, a Polícia Federal encontrou R$ 70 mil em espécie. Também foram apreendidos aparelhos celulares e computadores.
Celso Fernandes de Mattos e Fábio Tonassi são sócios da Lled Soluções, escolhida para a reforma de galpões do Ministério da Saúde na Zona Norte do Rio, a preço de mais de R$ 8 milhões, durante a gestão do ex-ministro Pazuello. Não houve processo de licitação à época, com o argumento de que eram obras urgentes por conta da pandemia.
Desta vez, a Polícia Federal aponta que Mattos e Tonassi direcionaram processos de licitação do Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Além dos empresários presos, três servidores do instituto foram afastados.
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Os investigados devem responder por organização criminosa, peculato e fraudes em licitação. A Polícia Federal investiga servidores que, em troca de recebimento de valores indevidos, se associavam a empresários que eram favorecidos em contratos com o Instituto de Psiquiatria. O IPUB é referência nacional em pesquisa acadêmica sobre o tema e também em assistência - conta atualmente com 191 leitos psiquiátricos.
O grupo suspeito de fraude atuava na montagem dos processos de licitação, construídos, segundo a PF, com irregularidades. Há indícios de contratos superfaturados, direcionamento de acordos mediante pagamento de valores indevidos, e manipulação de estudos técnicos preliminares (ETP).
Em nota, a Reitoria da UFRJ afirmou que "contratações desta natureza podem ser necessárias na Administração Pública, principalmente no âmbito de hospitais, conforme previsto na Lei Federal nº 8666/93, visando ao atendimento de demandas que exijam rapidez e eficácia. Os procedimentos investigatórios são necessários e aguardamos a apuração dos fatos. Integralmente pautada pela idoneidade, a Reitoria repudia qualquer ação que atente contra os princípios que balizam a Administração Pública, elencados na Constituição Federal".
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O DIA tentou contato com o Ministério da Saúde no Rio para comentar sobre o caso, mas não obteve retorno.
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