Operação na favela do JacarezinhoReginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - O relatório semestral do Instituto Fogo Cruzado, publicado nesta segunda-feira (12), apontou que, no primeiro semestre de 2021, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro enfrentou um aumento desordenado da violência armada, registrando uma média de 15 tiroteios por dia. Ao todo, foram 2.791 tiroteios/disparos de arma de fogo, 595 mortos e 543 feridos.
Segundo o instituto, 50% dos disparos de arma de fogo deixaram mortos e/ou feridos no Leste Metropolitano. As chacinas na Baixada Fluminense aumentaram seis vezes e o número de mortos civis cresceu oito vezes. Além disso, o número de agentes de segurança baleados já é 27% maior que o registrado no mesmo semestre de 2020.
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Dados do relatório indicam ainda que ações de rotina e operações policiais aumentaram 7% neste ano, inclusive com crescimento de 19% do número de mortes por armas de fogo nessas ações.
O mês de janeiro foi o que mais registrou mortes, 116, enquanto o mês de março registrou o maior número de tiroteios, 607, sendo que o dia 17 de março foi o que teve mais tiros, 35, no semestre.
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Ranking de tiroteios por região no primeiro semestre do ano:
Zona Norte - 871
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Baixada Fluminense - 630
Leste Metropolitano - 594
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Zona Oeste - 515
Centro - 136
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Zona Sul - 45
A violência armada, de acordo com o relatório, afetou 442 bairros do Grande Rio. O bairro Praça Seca registrou um número três vezes maior de tiroteios no primeiro semestre de 2021 que em 2020, foram 153 troca de tiros.
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O aumento da violência armada também foi prejudicial para os agentes de segurança. Ao todo, 38 agentes de segurança foram mortos e 56 feridos, incluindo policiais civis, militares e federais, guardas municipais, agentes penitenciários, bombeiros e militares das forças armadas — na ativa, na reserva e reformados.
Chacinas
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O relatório indica que, no primeiro semestre do ano, a Região Metropolitana registrou 37 chacinas, que deixaram 166 mortos. Sendo que 8 em cada 10 chacinas decorreram de ações ou operações policiais. 
Segundo apontamento do relatório, a chacina do Jacarezinho, que aconteceu no dia 6 de maio, foi a maior registrada pelo Fogo Cruzado desde 2016 e maior chacina em operações policiais da história do Grande Rio. Ao todo, foram 27 civis e um policial mortos. 
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Balas perdidas
O instituto também contabilizou o número de vítimas de bala perdida no primeiro semestre de 2021 na Região Metropolitana. Foram registrados 71 baleados, 18 mortos e 53 feridos.
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"As histórias de balas perdidas no Rio de Janeiro praticamente se tornaram banais. Alices, Luannas e Kethelens não são exceções, são rotina. Basta acompanhar essas mortes precoces e violentas para perceber que não há evidência maior do perigo das armas para as nossas vidas do que isso. Aqui é normal morrer sem sequer entender de onde veio a bala", disse Maria Isabel Couto, diretora de programas do Fogo Cruzado.
Segundo a Polícia Civil, todas as operações são baseadas nos pilares de Inteligência, Investigação e Ação e têm alcançado redução constante em todos os índices de violência registrados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). "Inclusive, com resultados, em alguns setores, que são os melhores desde o início da série histórica. As ações priorizam sempre a preservação de vidas, tanto de policiais quanto dos cidadãos".
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A Polícia Militar informou que os policiais militares atuam num cenário complexo, construído há décadas pela disputa violenta por território entre organizações criminosas rivais, combatendo facções de traficantes e milicianos. Leia a nota na íntegra:
"As ações realizadas pela Corporação estão rigorosamente alinhadas ao que preconiza a ADPF 635 do Supremo Tribunal Federal (STF). Transparentes e protegidas pela legislação em vigor, as operações são precedidas de informações do setor de inteligência da Corporação e de órgãos oficiais, sendo executadas com base em protocolos técnicos com foco central na preservação de vidas - da população local e de policiais militares envolvidos na ação. Nossos policiais militares são constantemente treinados e preparados para atuarem de forma segura. Nesse sentido a Corporação realiza esforços de forma sistemática visando reduzir a vitimização de policiais", disse, em nota.
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A atuação da Polícia Militar têm contribuído de forma significativa para redução expressiva e contínua dos indicadores criminais mais impactantes, tanto de crimes contra a vida como crimes contra o patrimônio. Destacamos que, somente a Polícia Militar do Rio apreendeu no primeiro semestre deste ano 3.458 armas de fogo. No mesmo período, também foram realizadas pela corporação 16.578 prisões e 2.031 apreensões de adolescentes. De acordo com os índices compilados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve queda de 9% nos crimes de homicídio doloso, refletindo o menor índice no Estado do Rio de Janeiro em 30 anos. Os crimes violentos, que tiveram uma redução de 8% no mesmo período, apresentaram a menor incidência em 22 anos.
Vale ressaltar ainda que a opção pelo confronto é sempre uma iniciativa dos criminosos, que realizam ataques armados inconsequentes diante do cumprimento das missões institucionais dos entes de segurança do Estado".