Bar na Rua Mauro, em Vigário Geral, onde ocorreu o ataque de um guarda municipal contra frequentadoresMarcos Porto/Agencia O Dia
Vítimas baleadas por guarda em Vigário Geral são transferidas para unidades particulares
Fábio Damon, guarda municipal de folga que matou quatro pessoas em um bar, segue em estado grave, sob custódia; Lucas Ferreira, 25 anos, morreu na quarta-feira. Ele foi a quarta vítima do ataque
Rio - O guarda municipal Fábio Damon Fragoso da Silva, autor do ataque contra frequentadores de um bar em Vigário Geral, na segunda-feira (12), segue internado em estado grave no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Ele foi baleado na perna por policiais militares. Damon está sob custódia, e só deve prestar depoimento e passar por procedimentos de avaliação psicológica quando tiver em condições. O ataque deixou quatro mortos.
Duas vítimas de Fábio foram transferidas para unidades particulares. Até a noite de quarta-feira, Wilson Lima Fraga, de 58 anos, seguia em estado grave. Antônio Pereira de Souza, 62, apresentou melhora nas últimas 24 horas e saiu do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), segundo amigos da família. Ele foi ferido na perna e no rosto.
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Três pessoas morreram no ataque da segunda-feira (12) - Anderson Lourenço, André da Silva Ramos e Délcio Fernando Gonçalves. Na noite de quarta-feira, o militar Lucas Ferreira de Souza, de 25 anos, baleado na barriga, também foi a óbito. Internado no Getúlio Vargas, ele chegou a passar por cirurgia, perdeu um dos rins, mas não resistiu.
Guarda teve prisão convertida
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A Justiça do Rio converteu, na quarta-feira, para preventiva a prisão em flagrante de Fábio Damon Fragoso. O TJRJ também pediu para que a direção do Getúlio Vargas informe sobre a possibilidade de alta do atirador para que ele seja submetido à audiência de custódia com urgência.
"A gravidade em concreto da conduta é extremamente acentuada e justifica a necessidade da restrição da liberdade do custodiado, já que, por motivo ainda não apurado, matou três de seus amigos (agora são quatro) e tentou matar um quarto, conduta esta que foi praticada em via pública, no local em que todos os envolvidos moravam desde a infância. Além disso, efetuou disparos na direção de policiais militares, também na tentativa de tirar a vida destes. Assim, evidente a necessidade da conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do custodiado como medida de garantia da ordem pública", diz parte do texto.
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A Guarda Municipal informou que Fábio Damon já teve um problema médico em 2012, não especificado. Na ocasião, o fato aconteceu quando Fábio estava trabalhando em Ipanema, na Zona Sul do Rio. A GM esclareceu ainda que à época, o guarda não precisou ser afastado do trabalho. A Polícia Civil trata um possível estado de surto psicótico como uma das linhas de investigação do crime.
Damon atirou pelo menos dez vezes
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Segundo testemunhas, Wilson e Antônio foram baleados ainda no bar, após uma brincadeira que Damon não gostou. O guarda municipal de folga foi em casa, pegou sua pistola - ele não tem porte de arma - e disparou contra os frequentadores do estabelecimento. Délcio e André morreram no local. Lucas tentou acalmar os ânimos, mas foi baleado na barriga. Anderson conversava com policiais militares que estavam no local quando também foi ferido e morreu.
Uma vizinha conta que viu Fábio Damon atirar pelo menos dez vezes. "Foram mais de 10 tiros de uma vez só, então eu fui até a minha janela e me deparei com aquele louco atirando no bar, matando os dois homem que inclusive bebiam com ele. Estava extremamente alterado", afirmou a vizinha ao DIA. "Dois vizinhos apareceram para tentar ajudar a acalmar a situação, mas ele disparou novamente. Pegou no olho e na barriga de um deles. Na hora que ele ia atirar no outro, a arma travou e não tinha mais bala".
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