Museu de Arte do RioDivulgação

Rio - O governador do Rio, Cláudio Castro, e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, participaram, neste domingo (18), da cerimônia virtual de abertura do UIA2021RIO (27º Congresso Mundial de Arquitetos). No evento, ficou em evidência a preocupação com o desenvolvimento de cidades mais inclusivas e conscientes quanto ao meio ambiente, à diversidade e às necessidades de um mundo globalizado no pós-pandemia.
O evento de boas-vindas, que contou com falas de autoridades do Rio e de grandes representantes nacionais e internacionais da área da arquitetura e do urbanismo, marcou o início da programação principal do congresso, que vai até o próximo dia 22 e conta com palestras de vinte dos maiores nomes da arquitetura mundial, além de mesas-redondas com profissionais premiados internacionalmente, apresentações de trabalhos, atividades culturais e premiações.
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No vídeo de abertura do UIA2021RIO, um passeio pelos marcos arquitetônicos e culturais da cidade do Rio de Janeiro trouxe os quase 90 mil participantes espalhados pelo mundo à cidade sede do congresso, que recebeu da UNESCO e da União Internacional de Arquitetos (UIA) o título de primeira Capital Mundial da Arquitetura.
As vozes conhecidas dos arquitetos Jaime Lerner e Paulo Mendes da Rocha, que faleceram em maio deste ano e são grandes nomes da arquitetura contemporânea brasileira, chegaram aos congressistas por vídeos gravados com os profissionais ainda em vida, em uma homenagem aos seus trabalhos e obras.
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O governador do Estado do Rio, Cláudio Castro, ressaltou a necessidade de preservar os patrimônios mundialmente conhecidos da cidade do Rio de Janeiro.
"Aqui, temos ícones arquitetônicos, monumentos mundialmente conhecidos e as paisagens mais lindas do planeta. É importante que todo esse patrimônio esteja bem cuidado, não só para usufruirmos de sua beleza, mas também para as futuras gerações. O ambiente natural do Rio de Janeiro é o nosso maior bem. Por isso, é fundamental o investimento no desenvolvimento sustentável". 
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Já o prefeito do Rio, Eduardo Paes, comemorou a escolha do Rio para sediar um evento de tamanha relevância.
"Tivemos a honra e a responsabilidade de ser a primeira Capital Mundial da Arquitetura. O título da União Internacional de Arquitetos nos energizou ainda mais e foi prova de que a história de mais de 450 anos está muito bem contada nas ruas, edifícios e no modo de viver do carioca. Espero que as reflexões desse congresso nos ajudem, nos impulsionem ainda mais nessa missão de transformação contínua. Trabalharemos em busca de uma cidade melhor para os cariocas e seus visitantes".
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Proposta do UIA2021RIO
O presidente do Comitê Executivo do UIA2021RIO, Sérgio Magalhães, ressaltou a relevância do UIA2021RIO para a discussão sobre o futuro das cidades.
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"Nessa semana de julho, reunimos todos os debates, ouvimos as vozes mais proeminentes da arquitetura de todo o mundo, e nos oferecemos para uma proposta que reconheça na cidade do século XXI nossos desejos e esperanças para um mundo melhor. Nós temos a convicção de que isso é possível e o congresso pode ajudar nesse caminho. O mundo precisa ser menos desigual, mais atento ao planeta e ao clima, e as cidades precisam corresponder ao nosso desejo de humanidade".
O arquiteto português Álvaro Siza Vieira, vencedor do Prêmio Pritzker – honraria máxima da profissão –, participou da cerimônia de abertura enfatizando que o diálogo promovido pelo UIA2021RIO é essencial para deixar claro que a arquitetura não é um luxo caro para poucos.
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"A arquitetura atravessa um tempo difícil, sujeita a um equívoco bastante generalizado: ser um luxo caro. A arquitetura não é um luxo. É um serviço que não se satisfaz para além do que lhe compete com menos do que a beleza. É também uma forma de combater a desigualdade. Só pelo diálogo e pelo debate se pode desmontar esse e outros equívocos".
Representantes de entidades brasileiras de arquitetura
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Para a presidente do IAB, Maria Elisa Baptista, é fundamental olharmos para o futuro com uma postura crítica, consciente e, ao mesmo tempo, esperançosa em um momento de abalos políticos, sendo o UIA2021RIO essencial para esta construção.
"Estarmos aqui, juntos, compartilhando experiências, reflexões, ideias e propostas, representa para nós uma esperança necessária neste momento crítico para a humanidade, em que a vida no planeta está em risco pelos efeitos da mudança climática e degradação dos ecossistemas, agravados pela pandemia, que, de modo avassalador, expôs principalmente os mais pobres. Manifestamos nossa adesão incondicional à democracia e à defesa das dimensões cultural e civilizatória da arquitetura".
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Desde 2014, quando o Rio de Janeiro foi escolhido para o sediar o evento, todo o comitê organizador do Congresso percebe que é um momento de jogar luz sobre o ofício dos arquitetos e sua importância na construção das cidades como um todo, conforme afirmou a presidente do CAU/BR, Nadia Somekh. Em sua fala na cerimônia de abertura, a arquiteta também levantou a questão da moradia que afeta não só o Brasil, mas diversos países emergentes no mundo.
"Nossa ideia não era só mostrar a arquitetura brasileira, mas trazer todos para discutir nossos graves problemas. Hoje, temos 25 milhões de moradias precárias no território brasileiro, como vamos melhorá-las? Com a possibilidade de fazer um trabalho amplo com nossos arquitetos, temos esse compromisso de ampliar e sensibilizar a nossa população da importância do nosso ofício".
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A necessidade de combater as ameaças contemporâneas no campo do trabalho e do estudo da arquitetura e do urbanismo, trazidas pelas atuais relações em um mundo tecnológico e em constante transformação, foi tema da fala da presidente da FNA, Eleonora Mascia.
"Temos que debater o futuro das cidades que queremos, cidades mais inclusivas e com políticas voltadas a garantir os direitos dos cidadãos, como, por exemplo, o direito à assistência técnica para habitação de interesse social. Precisamos buscar um novo mundo possível sem desigualdades, que ofereça um ambiente saudável e pleno de oportunidades para o desenvolvimento de um mundo sustentável".
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Relevância para todos os mundos
O tema do UIA2021RIO é “Todos os Mundos. Um só Mundo. Arquitetura 21”. O acontecimento do congresso neste contexto global de pandemia é, segundo o Representante do Comitê de Honra do UIA2021RIO, Oskar Metsavaht, a oportunidade perfeita para começar a trabalhar e pensar o legado que deixaremos para as gerações futuras.
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"Tivemos tempo, nesse último ano, de refletir com nós mesmos, com os outros, com a nossa comunidade, com a nossa cidade, com a natureza que nos envolve e com o planeta. Que esse congresso e seus congressistas inspirem a arquitetura mundial a criar cidades mais sustentáveis e humanas para que as próximas gerações olhem para trás e se orgulhem do que a nossa geração está deixando de legado para esse milênio".
Thomas Vonier, presidente da UIA, organização global que representa mais de 3 milhões de arquitetos de diferentes nacionalidades, pontuou o feito único e a relevância do UIA2021RIO para além do território brasileiro.
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"Nossos colegas brasileiros transformaram esse evento que nos coloca todos juntos e nos permite alcançar arquitetos em todo o mundo. Hoje, mais de 80 mil pessoas de 195 países estão participando dessa programação online. É o maior congresso UIA que já tivemos. Esses próximos 5 dias vão ser únicos, vão criar um momento profundo, seja digital ou ao vivo, enquanto ponderamos como a arquitetura pode melhor servir às pessoas e às comunidades em qualquer lugar".