Parlamentar lembra ainda que alguns equipamentos são colocados em áreas consideradas de risco e os antigos ainda não foram retiradosEstefan Radovicz/Agência O Dia

Rio - Com a entrada em vigor da resolução do Denatran 798 – que determina que pardais e lombadas eletrônicas não podem mais ser instalados em locais de difícil visualização como postes, passarelas, marquises e escondidos por árvores – a Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa registrou um aumento no número de reclamações e denúncias da existência dos mesmos. Com o não cumprimento da medida, o deputado Dionísio Lins (Progressista), presidente da comissão, vai encaminhar, nesta terça-feira, um ofício pedindo esclarecimentos ao Instituto de Pesos e Medidas do Rio (Ipem/RJ). 
No documento, Lins vai pedir uma relação com endereços de todos os equipamentos instalados no estado, o número de empresas que participaram da licitação, uma cópia do contrato com as empresas proprietárias dos equipamentos, se elas recebem porcentagem em relação as multas aplicadas, os critérios adotados para a efetivação dessas empresas e a data de aferição de cada equipamento para saber se estão dentro da validade.
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"Temos informações de motoristas da existência de equipamento na Rua Comendador Siqueira, em Jacarepaguá, escondido atrás de árvores e postes. Já na Estrada do Catonho, próximo ao motel Queen, existem pardais instalados a uma distância mínima de 100m de um para outro no mesmo lado da via; ou seja, você reduz para a velocidade permitida que é de 60km e quando volta a acelerar é autuado pelo pardal seguinte, uma verdadeira pegadinha. Houve algum estudo técnico para que esses equipamentos fossem instalados dessa maneira?", indagou o  deputado.
O parlamentar lembra ainda que alguns equipamentos são colocados em áreas consideradas de risco e os antigos ainda não foram retirados. Para o parlamentar, mais importante do que sair instalando pardais e lombadas pela cidade, é investir em campanhas para educação no trânsito que só são realizadas durante as festas de fim de ano e Carnaval. Para se ter uma ideia, somente em 2018, a arrecadação com multas de trânsito e com radares foi de cerca de R$ 244 milhões, sendo considerado o maior valor arrecadado desde a criação do Código de Trânsito Brasileiro.
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"Não queremos incentivar o desrespeito às leis de trânsito como o excesso de velocidade e o avanço de sinal, mas sim evitar o surgimento de novos equipamentos da noite para o dia. Além disso, é preciso que se esclareça para onde vai toda essa arrecadação, já que o Código de Trânsito determina que a receita com multas seja aplicada exclusivamente em sinalização, policiamento, engenharia de tráfego, fiscalização e educação no trânsito", explicou.
Antes de pagar multa verifique se equipamento está aferido
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Para evitar que o motorista pague uma multa indevidamente aplicada por pardal ou lombada eletrônica, Dionísio orienta que antes de efetuar o pagamento o mesmo verifique se ele está dentro do prazo. Para isso ele deve acessar o site do Ipem/RJ, colocar o número do equipamento e, caso não esteja, deve imprimir a página onde consta a informação e apresentar como prova junto ao Detran. "Depois deve torcer, e muito, para ter seu recurso aprovado por uma das Jaris, que dá como indeferido cerca de 85% deles", disse.
Outra dúvida que vem atormentando os motoristas diz respeito a multas aplicadas pela guarda municipal e a Polícia Militar que, em sua maioria, são de "motorista falando ao telefone". Para o deputado, essas multas deveriam vir acompanhadas de fotos, pois dificulta a comprovação da infração.