Vacinação com a primeira dose contra a covid-19 segue suspensa na manhã desta segunda-feira (26)Divulgação / Renan Otto

Rio - A campanha de vacinação com a primeira dose no município do Rio de Janeiro pode ser retomada na próxima quinta-feira (29) para mulheres de 34 anos, e 33 anos na sexta (30). O calendário foi interrompido na última sexta-feira (23) por falta de imunizantes. A segunda dose continua sendo aplicada normalmente. De acordo com o secretário municipal da Saúde, Daniel Soranz, a capital deixou de vacinar 50 mil pessoas desde quando foi feito a paralisação. 
"[O município do Rio] deixou de vacinar mais ou menos umas 50 mil pessoas, 30 mil hoje e 20 mil no sábado (23). A gente ainda está quardando a possibilidade do Ministério da Saúde entregar as doses antes para poder lançar um novo calendário. Na quinta, mulheres de 34 anos e na sexta 33 anos [podem se vacinar] na sexta, mas ainda não temos detalhes sobre isso. Precisamos esperar para confirmar se o Ministério vai entregar antes", afirmou Soranz. 
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De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, a previsão é que na terça-feira (27) a cidade do Rio receba 115 mil doses de CoronaVac e 34 mil de AstraZeneca. Na quarta-feira a estimativa é de 80 mil doses da Pfizer.
Os moradores do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, não terão a ação de vacinação em massa não será prejudicada, pois as doses já estão reservadas pela Fiocruz e fazem parte de uma iniciativa que não envolve o Programa Nacional de Imunização, segundo Soranz. 

Na última quarta-feira (21), Soranz tinha mencionado que um dos desafios que deveriam ser enfrentados no Rio seria o de estreitar o alinhamento com o Ministério da Saúde para acelerar a distribuição de doses. O secretário defende que o Governo Federal entregue em 24 horas as vacinas para a capital fluminense. Ele ressaltou que a Fiocruz já adota essa estratégia, o que permitiu a aceleração da campanha de vacinação na cidade.

Nas redes sociais, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, tem cobrado mais agilidade do Governo Federal para entregar as doses. "Essa semana o Ministério da Saúde recebeu cerca de 7.5 milhões de doses de vacina e até o presente momento não temos notícia de quando receberemos. Divulgamos nosso calendário de acordo com as chegadas informadas pelo ministério. Se não cumprirem corremos o risco de atrasar", afirmou Paes na sexta (23).
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Procurado pelo DIA, o Ministério da Saúde disse em nota que vai distribuir mais de 10,2 milhões de doses de vacinas para os estados e Distrito Federal nos próximos dias, sem especificar datas, e que na última semana recebeu 8,7 milhões de imunizantes. A pasta também ressaltou que os estados são os responsáveis pela distribuição das doses aos municípios.
No total, segundo a pasta, mais de 164,4 milhões de vacinas já foram enviadas para imunizar a população brasileira em todo o país. Na última semana, segundo o Ministério, 696,7 mil doses foram enviadas ao Estado do Rio de Janeiro.
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Preocupação dos cariocas
A cidade do Rio, devido a falta de doses, está aplicando, nesta semana, apenas a segunda dose da vacina contra a covid-19. A dona Vera Salgado, que recebeu a segunda dose da AstraZeneca, nesta segunda-feira, no Posto Heitor Beltrão, na Tijuca, Zona Norte, contou ao DIA que está preocupada com o atraso no calendário de vacinação por causa do avanço da variante Delta.
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"Eu estou vacinada, mas o percentual de vacina tem que chegar em 70% para a gente estar numa zona um pouco mais confortável, e, com essas variantes vindo, a gente não sabe como é que vai se comportar dentro de um Brasil, um país tropical, que tem uma diferenciação muito grande, então essa falta de vacina é uma coisa que me preocupa muito, mas preocupa todo mundo e também a gente fica sentindo muito agoniado".
Para Vera, além da crise sanitária, o país ainda passa por uma crise política. "Infelizmente, estamos vivendo um momento político de total desgoverno, total desconsideração à vida, eu me sinto, assim, ultrajada, porque eu lutei muito pra gente ter um Brasil digno, onde as dignidades das pessoas está sendo afetada, então assim, isso eu acho que é o pior que poderia ter nos acontecido".
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*Estagiário sob supervisão de Beatriz Perez