Gêmeas Natali e Nicoli Cruz, dos saltos ornamentais Redes sociais

Rio - Respeito. Foi o pedido feito pelas gêmeas Natali e Nicoli Cruz, de 28 anos, atletas de saltos ornamentais. Em uma postagem nas redes sociais, elas escreveram um texto, em tom de desabafo, relatando terem sido vítimas de racismo por parte de uma segurança do Shopping Tijuca, na Zona Norte do Rio, nesta quarta-feira. 
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Na publicação, as relataram que tinham acabado de sair de mais um dia de treino, quando decidiram ir ao shopping para encontrarem com a mãe. Elas contaram que, enquanto permaneceram no local, perceberam que eram perseguidas por uma segurança. As duas chegaram a entrar em uma agência bancária do shopping e perceberam quando a segurança perguntou para uma funcionária se elas estavam incomodando. A cena não foi registrada porque as duas estavam com seus celulares descarregados. 
As duas atletas entraram em contato com a chefia de segurança do shopping e ouviram a seguinte informação: "Acho estranho porque a maioria dos funcionários da segurança eram negros". 
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O caso foi registrado na 19ª DP (Tijuca). Procurada, a Polícia Civil não deu detalhes da investigação. 
As irmãs Natali e Nicoli Cruz são atletas do Fluminense e da Seleção Brasileira de Saltos Ornamentais. As duas fazem parte do quadro de oficiais da Marinha do Brasil.
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Procurado, o Fluminense Football Club se solidarizou às atletas de saltos ornamentais. "Apoiamos a luta das saltadoras e esperamos que os fatos sejam esclarecidos. Natali e Nicoli, sintam-se acolhidas pelo clube. Estamos com vocês", disse em nota.
Em nota a assessoria do Shopping Tijuca disse que "sentimos muito pela experiência das clientes Natali e Nicoli Cruz no nosso shopping. Repudiamos qualquer ato de discriminação e consideramos inaceitável e inadmissível qualquer ato de preconceito. A funcionária da empresa prestadora do serviço de segurança contratada pelo shopping foi imediatamente afastada e a apuração dos fatos segue junto aos órgãos competentes. Estamos tratando o assunto com toda relevância e atenção que ele merece. Prezamos por proporcionar um ambiente saudável e inegociavelmente respeitoso para todos os nossos clientes, lojistas e colaboradores. O Shopping Tijuca seguirá reforçando, com funcionários e empresas terceirizadas prestadoras de serviços, o cumprimento dos nossos valores por meio de treinamentos, mantendo assim um ambiente inclusivo e igualitário".
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VEJA A POSTAGEM DAS IRMÃS NA INTEGRA
Casos de racismo são comuns mas não podem ser normalizados

Nós somos atletas de Saltos Ornamentais e formadas em fisioterapia
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Hoje saímos do treino e logo depois fomos ao Shopping Tijuca, estávamos esperando nossa mãe que tinha ido ao banco. Enquanto isso, fomos dar uma volta e percebemos que a segurança do shopping começou a nos seguir, onde íamos ela ia atrás, estava sempre por perto nos olhando. Mudamos de lugar algumas vezes para não ficar onde tinha muita gente e ela sempre ia atrás. Nicoli foi até o banco perguntar se o atendimento ia demorar muito, na mesma hora a segurança entrou no banco e perguntou para os seguranças da agência se estávamos incomodando. Soubemos disso pq a funcionária falou apontando na direção dela (Nicoli), e logo em seguida, fomos ao segurança perguntar se ela tinha perguntado algo sobre nós e ele confirmou e disse que explicou pra ela que nossa mãe estava lá dentro e nos estávamos esperando. Depois disso ela não apareceu mais.

Fomos ao SAC fizemos o registro e o chefe da segurança ficou surpreso com o ocorrido e disse que achou estranho porque a maioria dos funcionários da segurança eram negros (como se isso fosse impedimento de praticar o racismo).
Saímos dali e fizemos o boletim de ocorrência.

A gente fica triste com as notícias de pessoas desconhecidas mas quando acontece com a gente é FODA.

Esse tipo de coisa não pode mais passar batido.
Precisamos agir sempre que tiver algo do tipo pra que outras pessoas não passem pela mesma situação. CHEGA!