Mulher faz pregação com teor racista e homofóbica em Nova FriburgoReprodução

Rio - Após virar alvo de um inquérito policial por intolerância racial e homofobia, a pregadora da Igreja Sara Nossa Terra em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, fez uma retratação pública em sua conta no Instagram. Kakau Cordeiro pediu desculpas nesta segunda-feira (2) pelos termos usados em seu discurso no último sábado.
Kakau Cordeiro será ouvida pela polícia nos próximos dias por pregação com teor racista e homofóbico em Friburgo - Reprodução
Kakau Cordeiro será ouvida pela polícia nos próximos dias por pregação com teor racista e homofóbico em FriburgoReprodução
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Enquanto pregava, Kakau Cordeiro orientou os fiéis a não apoiar causas do movimento negro ou LGBTQIA+. "É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová em si. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira. Vira crente, se transforma, se converta!", disse Kakau Cordeiro em pregação que foi gravada e circulou nas redes sociais.
No pronunciamento em sua rede social, Kakau disse que foi infeliz em suas palavras e afirmou que não tem nenhum tipo de preconceito "contra pessoas de outras raças" ou com pessoas de orientação sexual diferente.
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"Quero afirmar que não possuo nenhum tipo de preconceito com pessoas de outras raças, inclusive meu próprio pastor é negro, e nem contra pessoas com orientações sexuais diferentes da minha, pois sou próxima de várias pessoas que fazem parte do movimento LGBTQIA+", diz em nota.
Karla afirmou que as palavras que usou não expressam a opinião da igreja ou do pastor. "A minha intenção era de afirmar a necessidade de focarmos em Jesus Cristo e reproduzirmos seus ensinamentos, amando os necessitados e os carentes, principalmente, as pessoas que estão sofrendo tanto na pandemia", escreveu, dizendo que foi descuidada e que pede desculpas.
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De acordo com a 151ª DP (Nova Friburgo), foi instaurado inquérito para apurar os crimes de intolerância racial e homofobia. A autora será intimada a prestar depoimento na unidade policial nos próximos dias. Testemunhas também serão ouvidas pelos agentes. A investigação está em andamento.
Deputado vai denunciar pastora por racismo e homofobia ao Ministério Público

O relator da CPI da Intolerância no Rio, deputado Átila Nunes (MDB), informou que vai denunciar a pregadora. "Um absurdo! É inadmissível uma fala dessas de uma pregadora que se diz cristã. Toda ação desse tipo vai merecer minha atenção especial: não vamos deixar passar episódios de preconceito explícito," afirmou o parlamentar.
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