Estudos apontam que a variante Delta tem taxa de transmissão mais alta. No entanto, itens de proteção, como máscara, ainda são desrespeitadosFábio Costa

Rio - O número de casos da variante Delta (B.1.617) registrados até o momento no estado acendeu o alerta nas secretarias de Saúde de que, em breve, esta cepa, identificada primeiro na Índia, será a predominante. O Rio já é o estado do país com mais casos, e o caminho geográfico por onde a variante pode ter passado dá mostras da alta transmissibilidade em pouco tempo. Nos próximos dias, devem ser registrados mais de 200 casos da variante Delta, sendo 62 deles, na última contagem da Secretaria Estadual de Saúde (SES), registrados somente na capital. Das amostras coletadas pela pasta (3.555), 5,4% (192) deram positivo para a cepa.
Até agora, dos casos identificados no estado, quatro pessoas que estavam infectadas pela variante Delta morreram. No município, os 62 casos se concentram na faixa etária entre 6 e 87 anos. A variante Gama, ou P.1, ainda é a predominante, mas a aceleração da Delta observada nas amostras coletadas é mais uma prova de que o nível de transmissão da B.1.617 pode ser maior.
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Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS), informou que o programa de vigilância genômica da covid-19 realizado no Rio analisou, na última rodada, 368 amostras coletadas entre os meses de junho e julho. Veja a nota na íntegra:
"Os dados mostraram que 66,58% das amostras eram da variante Gamma (P.1) e 26,09% da variante Delta (B.1.617.2). Na rodada anterior, divulgada em 20/07, quando foram sequenciadas 379 amostras coletadas em junho, 78,36% eram da variante Gama e 16,62% da Delta. Dessa forma, é possível afirmar que a variante Delta está em circulação no estado do Rio de Janeiro, com tendência de aumento e conversão para se tornar a mais frequente, substituindo a variante Gamma.

A análise mostrou ainda a presença de 0,8% da variante Alpha (B.1.1.7). Outras seis variantes (P.1.1, P.1.2, P.1.4, P.1.7, P.4 e P.5) também foram identificadas, mas não são consideradas como de interesse nem de preocupação pela Organização Mundial da Saúde. Os dados apontaram que a variante Delta foi identificada em 38 municípios das nove regiões do estado. No município do Rio de Janeiro, 45% das amostras sequenciadas eram da variante Delta.

Desde janeiro, 3.555 amostras foram avaliadas, sendo identificadas as seguintes variantes:

85,9% P.1/Gamma

3,3% P.2/Zeta

5,4% B.1.617.2/Delta

2,9% P.1.2

1,7% B.1.1.33

1,5% B.1.1.7/Alpha

1,0% B.1.1.28

0,5% P.1.1

0% (1 caso) P.5

0% (1 caso) P.4"
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Histórico no Rio
Em maio, houve um caso isolado em Campos dos Goytacazes, de um trabalhador que voltou de viagem da Índia. No dia 5 de julho, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou dois casos da B.1.617 na Baixada Fluminense: um em Seropédica, outro em São João de Meriti. O município de Seropédica tentou rastrear e observou que a mulher, que não fez nenhuma viagem recente, teria sido infectada em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.
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Uma semana depois, a capital fluminense identificou dois casos, em Olaria e Paquetá, e confirmou a transmissão local. No dia 16, casos em Campo Grande, Bangu e Santíssimo, na Zona Oeste, e em Manguinhos, na Zona Norte, foram confirmados. No dia seguinte, já eram 23 pessoas infectadas com a Delta no município e 74 em todo o estado, uma transmissibilidade ainda mais difícil de rastrear.
Os casos da variante no Brasil estão concentrados em metrópoles com maiores de fluxo de viajantes. A cidade de São Paulo registra 50 casos. O Distrito Federal soma 54. O número de infectados passa de 300 em todo o Brasil.
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Fórum de governadores cobra doses extras de vacina 
O Fórum Nacional de Governadores pediu ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que enviasse doses extras de vacina para o Rio de Janeiro devido ao aumento de casos da variante Delta da covid-19 no território fluminense. De acordo com o ofício enviado à pasta federal, a ação busca tentar conter a transmissão da cepa no país, evitando o que os mandatários chamaram de “uma catástrofe de proporções ainda mais graves”.

O ofício foi assinado pelo presidente do Fórum e governador do Piauí, Wellington Dias, no dia 3 de agosto. "Os governadores expressam preocupação com a eventual terceira onda, resultando em aumento do número de óbitos e infectados no País, que teria o Rio de Janeiro como principal epicentro de disseminação da nova variante, a qual vem apresentando a característica de ser 100% mais contagiosa do que a cepa originária", escreve ele”, diz a nota enviada ao Ministério da Saúde. As informações são do portal G1.