5ª DP (Mem de Sá)Reprodução/GoogleMaps

Rio - Policiais da 5ª DP (Mem de Sá) prenderam, na terça-feira (3), uma quadrilha especializada em aplicar golpes contra o sistema financeiro nacional no Centro do Rio. Fernando Oliveira Garcia da Silva, Mariana dos Santos Lacerda, Yago Gomes de Lima e Thiago Tardio Durão foram presos por estelionato após intermediarem um contrato de cessão de crédito, onde prometiam investir o dinheiro da vítima mas não cumpriam. 
Segundo a Polícia Civil, uma das vítimas, identificada como Júlia de Paiva Figueiredo, fechou contrato com a empresa do grupo em julho de 2019. Por esse contrato, intermediado por Thiago Tardio, a vítima se obrigava a contrair um empréstimo, depositando-o na conta corrente da empresa ALFA. A empresa, então, se comprometia a repassar imediatamente 10% do valor contratado à contratante, bem como a investir o restante da quantia e quitar, no prazo de um ano, as parcelas do empréstimo contraído.
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O golpe é firmado uma vez que a empresa celebra o mesmo contrato com diversas pessoas, sendo certo que o dinheiro investido por uma serve para o pagamento de parcela do empréstimo contraído por outra, até que o negócio se torna insustentável e a empresa encerra suas atividades, deixando de honrar seus compromissos.
Ainda segundo a secretaria, não há mero descumprimento da obrigação assumida, pois os envolvidos já sabem previamente que o negócio causará prejuízo aos contratantes, transferindo para si parte dos valores do empréstimo antes que a empresa feche as portas. No caso de Júlia, a empresa deixou de realizar o pagamento devido em 2020, causando-lhe um prejuízo de R$ 150.000,00. Normalmente, os envolvidos, antes do fechamento da empresa anterior, abrem uma nova empresa no mesmo ramo de atividades, para que o golpe tenha prosseguimento.
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Após o fechamento da ALFA, os criminosos passaram a integrar a empresa Ideal Soluções Prestação de Serviços Eireli. O crime só foi denunciado após Thiago entrar novamente em contato com a vítima, oferecendo um novo contrato, no qual a contratante deveria depositar na conta da empresa R$ 21.737,81 para investimentos (fictícios), com a promessa de pagamento das prestações. Desconfiada sobre a existência de nova fraude, mas sem ter certeza sobre a ilegalidade, Júlia procurou a delegacia.
Um policial disfarçado acompanhou a vítima à empresa, para verificar se de fato a proposta era criminosa. A conversa foi registrada por vídeo e, assim que verificada a existência de um golpe, o policial que acompanhava a vítima se revelou e deu voz de prisão aos quatro envolvidos que ali estavam, todos envolvidos na negociação de contratos de cessão de crédito. No local, foram apreendidas diversas pastas com documentos, computadores e celulares.
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Segundo o delegado Titular da 5ª DP (Mem de Sá), Bruno Gilaberte, contratos de cessão de crédito não são necessariamente fraudulentos, mas frequentemente são usados por estelionatários na prática de golpes. "Cria-se uma espécie de pirâmide, em que os investidores acabam lesados em seu patrimônio. Ademais, para que empresas possam prometer investimentos em ações ou valores mobiliários, devem estar cadastradas junto à CVM, sendo recomendável que investidores procurem se informar antes da assinatura de qualquer contrato", completou.