Delegado Eduardo Freitas, diretor do DGTIT, responsável pela nova delegacia virtual da Polícia CivilFabio Costa/Agencia O Dia
Uma nova delegacia virtual
Polícia Civil reformula tecnologia dos registros on-lines com inteligência artificial e anexos para fotografias
Rio -- "É mais fácil construir ou reformar uma casa? Na reforma, a gente nunca sabe o que tem no interior das paredes. Então, construímos". A obra, no caso, é o novo site da 'delegacia online', da Polícia Civil, que tem como 'arquiteto' o delegado Eduardo Freitas, Diretor do Departamento-Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações (DGTIT).
As mudanças estão para além de um novo design para o serviço que oferece a possibilidade a qualquer cidadão de realizar registros on-lines, desde 2010. "Agora, o site é mais intuitivo, navegável e com inteligência artificial. A pessoa não precisa mais escrever a dinâmica do fato", explicou Freitas.
Com a nova tecnologia, o usuário responde a perguntas através de cliques em diferentes opções e, paralelo a isso, o sistema já confecciona a dinâmica automaticamente. "O sistema vai perguntar: 'teve violência?' Se o usuário responder que não, e no caso de perda de algum bem, o sistema já entende que se trata de furto, não roubo. Isso faz a diferença na investigação e na tipificação do crime", disse o delegado.
Outra novidade é em relação à violência contra a mulher, que agora possui uma opção específica para esse crime. "Muitas mulheres têm medo de ir até a delegacia, ou são impedidas. Com o site esse registro será mais rápido. E, agora, temos a opção dela anexar fotos das agressões, se assim quiser", apontou Freitas. O pedido de medida protetiva ainda requer o deslocamento da mulher até a delegacia, para evitar falsos registros.
O site é mais uma opção ao usuário, que caso queira poderá se deslocar para qualquer delegacia e realizar o registro. As exceções ficam por conta dos crimes investigados pelas unidades especializadas, como homicídios, roubo de cargas e carros -- esses necessitam do registro presencial.
Toda a comunicação entre o usuário e o delegado será feita por e-mail, sendo esse necessário para usar o serviço. Caso o delegado entenda que é necessário o deslocamento da vítima até a delegacia, uma hora será marcada, com várias opções de dias e horário pela própria plataforma.
Visando os turistas, uma versão em inglês já será lançada e, em breve, outra em espanhol. Em breve o serviço também será lançado em App e guichês de autoatendimento nas delegacias.
Delegado participou de cerco a Pedro Dom
Antes de cuidar de toda parte de informática da Polícia Civil, o delegado Eduardo Freitas firmou sua carreira na área operacional. Um dos crimes que marcaram sua trajetória foi a investigação dos crimes cometidos por Pedro Machado Neto, o Pedro Dom. O caso retornou ao noticiário após ser tema de uma série de TV.
Freitas relembrou o cerco que levou à morte do criminoso, em 2005. “Ele tinha realizado um assalto a uma casa na Ilha do Governador. Montei uma operação no Túnel Rebouças, ele estava de moto e deu de cara com a nossa equipe, que deu ordem de parada. Nesse momento, ele lançou uma granada”, disse.
"Fui ferido no braço por estilhaços e fiquei atordoado com o barulho da explosão. Ele, então, começou a atirar. Eu revidei, mas os tiros não o acertaram”, relembrou.
Dom, após fugir desse cerco, invadiu um prédio, onde voltou a trocar tiros com os policiais e morreu no local.
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