Flordelis é transferida para a Unidade Prisional Talavera Bruce, no Complexo de GericinóFÁBIO COSTA

Rio - A ex-deputada Flordelis foi transferida, na tarde desta quarta-feira, para a Unidade Prisional Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ela estava no Instituto Penal Santo Expedito, no mesmo complexo, desde a tarde de sábado (14), onde a sua neta Rayane dos Santos Oliveira está presa desde agosto de 2020, acusada de envolvimento no assassinato do pastor Anderson do Carmo.
A pedido da família do pastor, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, determinou na terça-feira (17) a transferência da ex-parlamentar, já que há uma ordem judicial que proíbe o contato entre Flordelis e as quatro demais rés do processo. Até a manhã desta quarta-feira, estavam na Santo Expedito: Flordelis, a neta Rayane dos Santos Oliveira e Andreia Santos Maia, mulher do ex-PM Siqueira Costa – acusada de fraudar carta em que filho da ex-deputada confessa morte de pastor. Já Marzi Teixeira, filha de Flordelis, estava no Talavera Bruce e será encaminhada para a Unidade Prisional Santo Expedito.

O assistente de acusação do processo havia solicitado a transferência da ex-deputada para Unidade Prisional Nilza da Silva Santos, em Campos dos Goytacazes, no Norte fluminense. Contudo, a Seap enviou ofício afirmando que as rés estavam "acauteladas em diferentes galerias, sem qualquer contato entre si".

Flordelis é acusada da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto a tiros em junho de 2019, e responderá por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima –, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Outros dez réus também respondem pelo assassinato.

Crime e processo

O pastor Anderson do Carmo foi assassinato na garagem da casa em que morava com Flordelis e dezenas de filhos adotivos, em São Gonçalo, no Rio. Ele foi atingido por mais de 30 tiros, na madrugada de 16 de junho. Desde então, a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo e o Ministério Público estadual (MPRJ) passaram a investigar o crime.
Publicidade
Flordelis foi denunciada à Justiça como mandante do crime. Ela responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

Por ter imunidade parlamentar, Flordelis cumpria medidas cautelares, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica. Outros 10 acusados estão presos. São eles: Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, o "bigode", e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o "neném", Rayane dos Santos Oliveira, Flávio dos Santos Rodrigues, Adriano dos Santos Rodrigues, Andrea Santos Maia e Marcos Siqueira Costa e Lucas Cezar dos Santos de Souza.

No dia 4 de maio deste ano, a juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decidiu levar os acusados a júri popular. Após as defesas de Flordelis e de outros seis acusados terem apresentado recurso à segunda instância, o processo foi distribuído, no dia 3 de agosto, à 2ª Câmara Criminal, sob a relatoria do desembargador Celso Ferreira Filho.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), somente após a apreciação dos recursos o caso voltará para a 3ª Vara Criminal de Niterói para que seja definida uma data para o júri popular.