Raphael Montenegro (no detalhe e de camisa azul) chega à sede da Polícia Federal, na Praça Mauá Reginaldo Pimenta

Rio - O processo contra a cúpula da Secretaria de Administração Penitenciária, cujos membros foram presos nesta terça-feira, na operação Simonia, da Polícia Federal, foi transferido para a primeira instância da Justiça Federal. O declínio de competência da segunda instância se deu após a exoneração de Raphael Montenegro do cargo de Secretário de Administração Penitenciária do Rio, o que aconteceu momentos após a prisão. O cargo conferia ao acusado foro especial por prerrogativa de função.
Também foram presos na operação o subsecretário Wellington Nunes da Silva, e o superintendente operacional Sandro Farias Gimenes. Depois da audiência de custódia, nesta quarta-feira, na 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, o processo foi redistribuído para a para a 5ª Vara Federal Criminal.
Publicidade
Segundo as investigações, Raphael Montenegro, Wellington Nunes da Silva e Sandro Faria Gimenes permitiriam o retorno para o Rio de Janeiro de presos integrantes do Comando Vermelho (CV) que estavam custodiados fora do estado. O objetivo seria possibilitar que pudessem comandar de dentro da cadeia, e com maior facilidade, as atividades criminosas da facção. A contrapartida seria que os chefes do CV dessem uma trégua em algumas ações criminosas, passando para a sociedade e autoridades de segurança pública 'uma falsa ideia de tranquilidade social'.
De acordo com a PF, há também suspeita de que os investigados teriam negociado o pagamento de propinas para autorizar o retorno ao Rio de lideranças do CV custodiados em presídios fora do estado.