Sérgio Gomes e Françoise de Souza Oliveira foram condenados pela morte do embaixador grego no BrasilReprodução/Internet
Viúva e amante são condenados pela morte do embaixador grego no Brasil
Kyriakos Amiridis foi morto no dia 26 de dezembro de 2016. Françoise de Souza Oliveira e Sérgio Gomes Moreira Filho foram condenados a 31 e 22 anos de prisão, respectivamente
Rio - O Conselho de Sentença da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu condenou a viúva Françoise de Souza Oliveira e policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho pela morte do embaixador grego no Brasil, Kyriakos Amiridis, ocorrida em 2016. Françoise, que era esposa do embaixador, foi condenada a 31 anos de reclusão e Sérgio, amante de Françoise, a 22 anos, inicialmente em regime fechado. Eduardo Moreira Tedeschi de Melo, sobrinho de Sérgio, que participou do crime, foi absolvido da acusação de homicídio, mas condenado por ocultação de cadáver a um ano de reclusão, em regime aberto. Eduardo já cumpriu sua pena.
O julgamento teve duração de três dias e foi presidido pela juíza Anna Christina da Silveira Fernandes. No total, foram ouvidas 18 testemunhas.
"As circunstâncias do crime são atípicas, vez que ele foi executado durante a época das festas natalinas, onde há uma natural aproximação das famílias, sendo que, nesse caso, esta família foi esfacelada diante de uma brutalidade que mais se aproxima a um ato bestial", escreveu a juíza.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Françoise planejou com o amante Sérgio o assassinato de Kyriakos, com quem vivia há 15 anos. O policial ainda teria sido ajudado por Eduardo, seu sobrinho.
"É sempre bom lembrar que ele (Sérgio) jurou defender a sociedade e não se insurgir contra ela. Valeu-se o acusado dessa condição, de policial militar, para que pudesse executar o crime, desonrando a Briosa e toda a confiança nele depositada pelo Estado. (...) A acusada (Françoise), que se autodenomina de embaixatriz, manchou o nome do Estado Brasileiro e envergonhou a nação com sua conduta, diante da negativa repercussão internacional dos fatos. Além disso, o crime foi meticulosamente pensado, premeditado, pois conforme os depoimentos colhidos, a acusada planejou e arquitetou, sendo a mandante de toda a trama macabra", observou a magistrada na sentença.
Relembre o caso
O embaixador grego no Brasil, Kyriakos Amaridis, foi assassinado no dia 26 de dezembro de 2016, no Condomínio Bom Clima, no Centro de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas seu corpo só foi encontrado no dia 29 de dezembro, carbonizado dentro em um carro incendiado em uma ribanceira do Arco Metropolitano.
Segundo investigações, Sérgio e Eduardo entraram na casa do embaixador com o controle do portão da garagem e a chave da porta, fornecidos por Françoise. A dupla atacou Amiridis por trás, enquanto ele assistia televisão no sofá de casa.
O amante de Françoise e o sobrinho enrolaram o embaixador em um tapete e o colocaram no Ford Ka que o diplomata havia alugado. No Arco Metropolitano, Sérgio e Eduardo esconderam o carro e incendiaram o veículo com o corpo dentro.
O motivo do crime seria o interesse na administração futura da herança e da pensão a serem deixadas para a filha, de 10 anos, fruto do casamento de Kyriakos e Françoise. Eduardo receberia R$ 80 mil pela sua participação.
Os três tiveram prisão temporária decretada em 2017.
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