Ex-superintendente do Ministério da Saúde depositou dinheiro em empresa suspeita de fraude em bitcoinAgência Brasil

Rio - O ex-superintendente do Ministério da Saúde, Jonas Roza, depositou R$ 1,9 milhão para a GAS Consultoria Bitcoin, segundo um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em posse da CPI da Covid-19. De acordo com informações da Folha de S. Paulo e do G1, ao todo, foram 20 depósitos de Jonas Roza para a empresa de Glaidson Acácio dos Santos, preso, na última quarta-feira (25), na operação "Kryptos" da Polícia Federal (PF).
A empresa GAS Consultoria é responsável por um esquema de pirâmide chamado 'ponzi', que prometia um "insustentável retorno financeiro sobre o valor investido". Pessoas aportavam grandes quantidades de dinheiro no esquema, que prometia lucros de 10% ao mês sobre o valor investido. O lucro, no entanto, não chegava - tudo o que entrava na empresa ficava com Glaidson e os sócios, segundo a PF.
Na casa de Glaidson, agentes teriam encontrado cerca de R$ 14 milhões em espécie, em diferentes moedas, além de barras de ouro e carros importados, como um Porsche e uma BMW. Diversas malas e até um carro-forte foi necessário para recolher o dinheiro da residência e encaminhá-lo à sede da Polícia Federal.
O ex-superintendente da pasta agora é analista de gestão em Saúde, segundo o Portal de Transparência do governo federal. O último salário disponível dele foi de R$ 16.257,91, em junho.
O pedido do Relatório de Inteligência Financeira (RIF) de Jonas Roza foi apresentado à CPI da Covid-19 pelo senador Humberto Costa (PT-PE). A finalidade inicial da investigação contra o ex-superintendente do Ministério da Saúde era descobrir suspeitas sobre os hospitais federais do Rio.

Durante a gestão de Roza, uma empresa foi contratada para prestar serviços ao Hospital de Bonsucesso sem licitação e funcionários chegaram a denunciar o processo licitatório. A partir disso, o senador petista recorreu à CPI.
À Folha de S. Paulo, Jonas Roza disse que sua vida financeira é declarada no imposto de renda. "Todas as movimentações financeiras para o assunto em questão foram na qualidade de cliente".
O DIA tenta contato com a defesa de Roza.