Passageiros da SuperviaCléber Mendes

Rio - A SuperVia informou que das 104 estações do sistema ferroviário no estado do Rio, nove são dominadas por criminosos e alvos constantes de problemas de segurança. As estações ficam nos ramais de Belford Roxo, Saracuruna e Santa Cruz. A concessionária também reforçou que todas as ocorrências de "insegurança pública" no sistema são informadas aos órgãos públicos. A Polícia Militar iniciou uma força-tarefa com para coibir os roubos de cabos que têm afetado diariamente a circulação dos trens. Apesar do policiamento reforçado, na manhã desta sexta-feira (3), passageiros enfrentam atrasos nos trens pelo quinto dia consecutivo
Confira a lista das estações:
- Ramal Belford Roxo: Jacarezinho, Barros Filho e Costa Barros
- Ramal Saracuruna: Cordovil, Manguinhos, Parada de Lucas e Vigário Geral 
- Ramal Santa Cruz: Padre Miguel e Senador Camará
A semana não foi nada boa para os usuários do transporte. Por conta de vandalismo e das ações criminosas, passageiros passaram a conviver com os constantes problemas de atrasos. Nesta quinta-feira, a circulação dos trens do ramal Japeri ficou suspensa por cerca de três horas por conta do furto de cabos, mesmo com a atuação da força-tarefa.
A Polícia Militar informou que agentes do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) foram acionados por conta do furto de 700 grampos e estiveram no local. De acordo com a corporação, a SuperVia "dispensou o auxílio para realizar o registro de ocorrência na delegacia". Questionada pelo DIA, a concessionária ressaltou que "mm relação ao furto de grampos, a SuperVia realiza sim registro na polícia de ocorrências como essa de furtos de cabos de energia, sinalização e grampos".
Segundo a concessionária, somente no primeiro semestre deste ano foram furtados mais de 14 mil metros de cabos do sistema em 364 ocorrências de furto. Além de causar interrupções no transporte, os crimes trouxeram prejuízo de mais de R$ 1 milhão à empresa. Durante todo o ano passado, foram 355 ocorrências de furto.
Ao DIA, a SuperVia informou que há dois tipos de cabos que são alvo dos criminosos, sendo eles os de sinalização e os de energia, ligado através do pantógrafo (dispositivo que fica em cima dos trens). Com o furto desse material, os trens não podem circular. Já os cabos de sinalização, mais conhecidos pelos passageiros por atrasarem a maioria das viagens, são utilizados nos sinais ao longo da malha ferroviária, orientando os maquinistas.
"A ausência de um cabo de sinalização nos obriga a fazer a circulação não mais com sinais automaticamente, mas usando rádios de comunicação entre o Centro de Controle e os maquinistas. E isso impede de colocarmos todos os trens no sistema, mesmo tendo esses trens disponíveis, ou nos obriga até mesmo a retirar parte deles de circulação", explicou a SuperVia.
Circulação de pessoas em área exclusiva para circulação dos trens
A concessionária também informou que em diversos trechos de área exclusiva para a circulação de trens, há constante trânsito de pessoas, o que resulta na redução de velocidade na via férrea. "Isso acontece porque ao longo dos 270 km da malha ferroviária, a SuperVia enfrenta dificuldades, como instalações de barracas ao longo dos trilhos para o tráfico e consumo de drogas; ladrões que acessam a via para furtar cabos de energia e de sinalização, além de grampos que fixam os trilhos aos dormentes; tiroteios (os criminosos, muitas vezes atravessam a linha férrea para fugir ou se proteger); centenas de moradias construídas junto à linha do trem; lixo jogado na via – a concessionária recolhe semanalmente os materiais que são arremessados novamente; pedestres que usam passagens clandestinas para atravessar irregularmente de um lado para outro da ferrovia; pessoas que abrem buracos ou pulam grades e muros para andar até as plataformas das estações e embarcar no trem sem pagar passagem".

Em nota, eles explicaram que essa redução da velocidade impacta na prestação do serviço. "O trânsito de pedestres na via férrea pode causar acidentes fatais e prejudicar a operação ferroviária, da qual dependem milhares de passageiros do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense. É importante ressaltar que não se pode transitar de forma irregular pela via férrea porque, depois de acionado o freio de emergência, o trem ainda pode percorrer até 300 metros e que uma frenagem brusca pode colocar os clientes e o maquinista em risco".