Prefeito Eduardo PaesMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - O prefeito Eduardo Paes (DEM) voltou a dizer, na manhã deste sábado, que não haverá Carnaval fora de época em setembro na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. O motivo da desistência do evento é o avanço da variante Delta no estado.
"A gente tinha feito uma programação de abertura. O próprio Secretário deve lançar esse cronograma de abertura pensando só no aspecto sanitário. A festa a gente deixa para o carnaval", reafirmou Paes.
Em junho, a Prefeitura do Rio havia confirmado que a Ilha de Paquetá receberia o Carnaval fora de época 14 dias após toda a população local estar imunizada com a segunda dose da vacina. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o evento seria uma etapa do projeto PaqueTá Vacinada e seria realizado em um espaço controlado para no máximo 600 pessoas, "obrigatoriamente todos vacinados".
Desde que foi anunciada a possibilidade do Carnaval fora de época na ilha, moradores já haviam manifestado temor pelo evento. Morador da Ilha há 36 anos, João Ferreira acredita que ainda não é o momento para realizar eventos. "Não tem que ter nada. Primeiro, pensar na população que está aí morrendo. Deixa para fazer carnaval no ano que vem, quando a população toda estiver vacinada. Pra mim é um absurdo”, declarou ele, que teve apoio de Maria de Fatima Amorim, moradora da Ilha de Paquetá há 11 anos. "Com esse evento nós corremos risco", disse ela na época.
"Sou contra esse carnaval fora de época. É um absurdo. Com as novas variantes é um risco. Sempre vai ter pessoas de fora que irão para Paquetá, ou de véspera ou em lanchas, Sou totalmente contra", afirmou uma moradora, que não quis se identificar. "Não sou a favor desse evento", completou um outro morador, que também não quis revelar a sua identidade.
Evento-teste
O diretor da associação de moradores da Ilha de Paquetá (Morena), Guto Pires, explicou que apesar do Carnaval ser uma "página virada", existe a possibilidade de que seja agendado, mas ainda sem previsão, um evento em menor escala para fins de pesquisa sobre a covid-19.

"O que terá que acontecer é um evento teste. Isso daí pode ser qualquer coisa, entendeu? A gente vai estar discutindo isso com a Secretaria Municipal de Saúde e a Fiocruz. A população da ilha toda foi vacinada e agora pode ser feito um acompanhamento da volta de algumas atividades que antes eram impedidas. É uma experiência totalmente controlada. Todo mundo que participar estará cadastrado, com o exame sorológico da pessoa de conhecimento da pesquisa, aí será feito ainda um outro exame sorológico da mesma pessoa depois do evento".