Eduardo Paes sanciona lei que estabelece tombamento do Mercado Popular da Rocinha Beth Santos/Prefeitura do Rio
Eduardo Paes sanciona lei que estabelece tombamento do Mercado Popular da Rocinha
Área ocupada por cerca de 200 boxes passa a ser considerada Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro
Rio - O prefeito Eduardo Paes (DEM), sancionou neste sábado a lei que estabelece o tombamento do Mercado Popular da Rocinha. A iniciativa, uma reivindicação antiga de quem atua no local, garantiu que a área seja reconhecida por seu relevante interesse social e cultural, passando a ser considerada Patrimônio Imaterial da cidade. A medida também dá mais segurança econômica aos trabalhadores que ocupam cerca de 200 boxes instalados há décadas na entrada da comunidade.
A assinatura ocorreu na quadra da Acadêmicos da Rocinha, diante de dezenas de trabalhadores. O prefeito sugeriu que no local ocorra uma reestruturação, com a possibilidade de concessão de alvará para os donos dos boxes.
"Esse modelo desenvolvido aqui, na Rocinha, é ideal, especialmente neste momento de crise, em que é preciso ter a cidade organizada, mas tem o trabalhador passando dificuldade, precisando levar o sustento para casa. Tem como compatibilizar o sofrimento das pessoas com a organização da cidade, e o mercado popular é um exemplo disso", disse o Paes, acompanhado por seu novo secretário de Habitação, Claudio Caiado.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões, participou do evento e ressaltou a importância de investimento na economia da cidade. E se comprometeu com a continuidade de levar melhorias ao local.
"O mercado popular é fundamental para gerar negócios e manter a renda dos trabalhadores. Temos o desafio de retomar a atividade econômica, e isso está sendo possível com a aceleração da vacinação na cidade", afirmou Bulhões.
Os donos dos boxes comemoraram o tombamento. Um dos coordenadores do Mercado Popular da Rocinha, Mozart Gonçalves, falou sobre o alívio que o gesto representou para todos trabalhadores do local.
"É muito importante o tombamento do mercado. isso significa estabilidade e garante ao trabalhador gerar sua renda com dignidade para sustentar a família. E o mercado tem ainda suas tradições, uma origem nordestina, que deve ser preservada", frisou Gonçalves.
Tentativa de remoção durante a pandemia
No dia 20 de maio de 2020, sete de 40 lojas foram derrubadas do local. Na época, a prefeitura alegou que a remoção dos espaços iria permitir acesso melhor ao local onde ficará instalado um centro de imagem da comunidade. Um dia antes, microempreendedores fizeram uma manifestação.
Em julho do mesmo ano, Marcelo Crivella, prefeito do Rio na época, tombou provisoriamente o Mercado Popular da Rocinha. De acordo com a prefeitura, a iniciativa estava prevista no Decreto Nº 47.590.
Na cerimônia, o então prefeito disse que o comércio popular da comunidade recebe o reconhecimento oficial do povo do Rio de Janeiro para se tornar um monumento como é o Pão de Açúcar.
"O comércio popular da Rocinha hoje com essa placa recebe o reconhecimento oficial do povo do Rio de Janeiro para se tornar um monumento. Um monumento como é nosso Pão de Açúcar, as praias e as praças. Aqui, agora está tombado e ninguém vai tirar mais", disse Crivella na época.
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