Milicianos queimaram vans nesta manhãFábio Costa / Agência O Dia
BRT interrompe operação no corredor Transoeste após guerra de milicianos
Consórcio informou que medida foi tomada por questões de segurança pública
Rio - O BRT interrompeu, na tarde desta quinta-feira, as operações no corredor Transoeste do BRT no trecho da Avenida Cesário de Melo, por "questões de segurança pública". De acordo com o consórcio, o motivo da interrupção foi a guerra que acontece desde cedo entre milicianos das zonas Oeste e Norte do Rio.
Com isso, o serviço 14 - Salvador Allende x Campo Grande (Semidireto) e Lecd33 - Santa Cruz x Campo Grande ficaram suspensos e retomaram às atividades às 17h.
Em nota, a PM afirmou que pelo menos seis batalhões estão reforçando o policiamento na região de Campo Grande e Santa Cruz neste momento e que unidades subordinadas ao Comando de Operações Especiais (COE) permanecem na Comunidade da Vila Aliança. "O reforço no policiamento tem apoio também de comboios do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (RECOM) e de aeronaves do Grupamento Aeromóvel (GAM). O patrulhamento visa garantir o retorno do transporte público com segurança na região".
Ataques da milícia
Pelos menos sete vans que fazem transporte alternativo de passageiros foram incendiadas na manhã desta quinta-feira (16) em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, bairros da Zona Oeste do Rio. Testemunhas relatam que a ação acontece por conta de uma guerra interna na maior milícia do estado. A Polícia Militar confirmou duas mortes decorrentes do confronto.
Por conta das sequências de ataques, a PMs reforçaram o policiamento na região da Estrada do Campinho, principal ponto onde milicianos foram flagrados ateando fogo nos veículos. Ônibus foram tirados de circulação temporariamente por medida de segurança, e as ruas da região estão vazias.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram homens armados com fuzis incendiando uma van e logo em seguida atirando para o alto. Moradores relataram clima de terror na região.
Guerra é pelo território de Ecko, morto em junho
Desde a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, em junho, durante uma operação da Polícia Civil, os bairros de Santa Cruz, Paciência e Campo Grande são alvos de disputas entre dois grupos de milicianos: um deles é comandado por Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Ecko e que ficou com o espólio territorial do miliciano. Do outro lado, Danilo Dias Lima, o Tandera, tenta avançar sobre os bairros que são dominados pela família Braga.
No último sábado, em Santa Cruz, um grupo de quatro homens armados invadiu um posto de gasolina e executou um homem que estava dentro de um carro. Dentro do veículo da vítima, policiais encontraram um carregador de pistola e um colete balístico. A Delegacia de Homicídios (DHC) e a 36ª DP (Santa Cruz) investigam se o caso tem relação com a disputa entre os milicianos.
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