Rio - Um homem foi flagrado pela reportagem do DIA, na manhã desta sexta-feira (17), pulando o muro de um dos acessos à linha férrea da estação de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. O invasor, que carregava uma caixa de doces, possivelmente é um vendedor ambulante que ia vender suas mercadorias no transporte ferroviário. Segundo a SuperVia, pela imagem, se trata de um ambulante, no entanto, a companhia não autoriza a venda de mercadorias dentro dos trens. Um levantamento da SuperVia aponta ainda que, entre janeiro a agosto deste ano, 134 viagens foram interrompidas devido a acessos indevidos à linha férrea.
fotogaleria
"Muitas vezes, para acessar a SuperVia sem pagar passagem, os ambulantes invadem a linha férrea por meio de passagens clandestinas (como buracos abertos irregularmente), pulam muros e grades, e caminham até as plataformas das estações", informou a companhia de trens.
A SuperVia ressaltou que é extremamente importante que as pessoas respeitem as normas de segurança e não transitem na via férrea, para evitar acidentes, uma vez que a linha férrea é área exclusiva para a circulação dos trens.
"A concessionária realiza, constantemente, campanhas de conscientização sobre a importância de que sejam cultivados bons hábitos e de que as regras de segurança sejam respeitadas dentro de todo o sistema ferroviário. A colaboração da população é essencial para evitar riscos à circulação dos trens e à sua própria vida. Para se ter uma ideia, depois de acionado o freio de emergência, o trem ainda pode percorrer até 300 metros até frear completamente e, além disso, uma frenagem brusca pode colocar os clientes e o maquinista em risco", informou.
A companhia destaca também que os agentes de controle da SuperVia não têm poder de polícia, mas seguem atuando no sistema ferroviário com rondas permanentes e acionam os órgãos competentes sempre que necessário, como SAMU, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, por exemplo. A SuperVia informou que está aprimorando a área de segurança, ampliando ações de inteligência e iniciando um convênio por meio do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis) com atuação de policiais nas estações para aumentar a percepção de segurança.
"Eles têm como função apoiar os agentes de controle para coibir furtos e roubos a estações e passageiros, e evasão de renda, que é essa registrada pelo O DIA, quando as pessoas pulam muros/grades do sistema ferroviário ou utilizam buracos para não pagar passagens, colocando em risco suas vidas e a segurança dos trens", disse a Supervia.
Na última terça-feira (14), um homem identificado como Cristiano S. Cardoso, de 48 anos, morreu após ser atingido por um trem, próximo à estação de Bangu, na Zona Oeste do Rio. De acordo com informações da SuperVia, a vítima teria invadido a linha férrea e acabou atingida pela composição. Após o acidente, passageiros ficaram cerca de 30 minutos dentro dos vagões e começaram a descer para os trilhos e voltar para a plataforma.
No dia seguinte, na quarta-feira (15), um homem foi filmado por passageiros viajando em conduítes por onde passam cabos que fazem a transferência de energia entre os trens, na estação de Bento Ribeiro do ramal Deodoro da SuperVia.
A Polícia Militar informou que "a Corporação emprega seu efetivo no policiamento diuturnamente, em viaturas, motocicletas e a pé, distribuídos estrategicamente de acordo com a análise da mancha criminal das áreas de circunscrição das unidades, realizando abordagens e prisões quando constatados crimes em flagrante".
Segundo a PM, a população pode colaborar realizando denúncias através do Disque-Denúncia (21) 2253-1177 ou, para casos urgentes, através de nossa Central 190. "Os registros em delegacias da Polícia Civil também são essenciais, pois colaboram com a revisão do planejamento operacional na área onde a mancha criminal é mais acentuada", informou a corporação.
Ambulantes ilegais nos trens
Em relação à presença de comerciantes ilegais no sistema ferroviário, a SuperVia informou que não autoriza a venda de mercadorias dentro dos trens, e que cabe ao Poder Público, através das forças de segurança do estado, o combate a esse tipo de comércio.
"A concessionária investe em campanhas de conscientização com o objetivo de alertar sobre a proibição do comércio ilegal de camelôs e os riscos do consumo desses produtos de procedência não conhecida e, por vezes, fora do prazo de validade".
A corporação destacou ainda que, de acordo com o artigo 40 do Regulamento de Transporte Ferroviário, é “proibida a negociação ou comercialização de produtos e serviços no interior dos trens, nas estações e instalações, exceto aqueles devidamente autorizados pela Administração Ferroviária”.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.