Velorio e enterro do jovem Diego dos Santos no cemitério memorial do Rio, na foto a Mae Regina MariaMarcos Porto/Agencia O Dia

Rio - Familiares e amigos se despediram neste domingo (19) de Diego dos Santos Felipe, de 26 anos, morto durante um confronto entre criminosos e policiais militares, em Gramacho, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na sexta-feira (17). O jovem era portador de necessidades especiais e estava na fila de um banco, junto com a mãe, que é sua tutora, no momento em que o tiroteio aconteceu. A troca de tiros teria ocorrido por conta de uma tentativa de assalto a um carro forte, na Avenida Presidente Kennedy.
Diego foi baleado no rosto, no tórax e na barriga. Ele chegou a ser socorrido, sofreu parada cardiorrespiratória, foi reanimado e levado para o Hospital Municipal Moacyr do Carmo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante cirurgia. De acordo com a mãe de Diego, Regina Maria, eles estavam enfrentando dificuldades financeiras e haviam conseguido um empréstimo. Ela conta que no momento em que os tiros começaram, eles estavam na frente da agência e correram, mas quando ela olhou para trás, o filho havia sido atingido.
"A gente já estava lá na frente, na fila (da agência bancária). De repente, começou um tiroteio, eu corri e quando olhei para trás, meu filho já estava no chão pedindo socorro. Ele era uma criança, todos amavam ele. Não tem uma pessoa que não amasse, porque ele só espalhava amor. Era uma criança muito boa. Ele ficava em casa comigo 24 horas, o negócio dele era videogame. Com esse empréstimo, eu ia comprar um videogame para ele, que ele estava pedindo muito. Era um menino muito amável, eu perdi um tesouro, era o meu tesouro. Tão ingênuo, tão sem maldade", lamentou Regina, emocionada.
Diego frequentava uma turma de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Rui Barbosa, em Gramacho. Uma de suas professoras, identificada apenas como Cláudia, descreveu o jovem como carinhoso e que gostava de ajudar. Ela também fez uma apelo pedindo o fim da violência no Rio de Janeiro.
"É um momento muito triste para nós, perder uma pessoa como ele, tão maravilhosa, tão especial. Essa violência tem que acabar no Rio de Janeiro. O Diego era maravilhoso, era carinhoso, gostava de ajudar, sempre perguntava: "professora, a senhora quer alguma coisa?". Era aquela pessoa pura, era um anjo de Deus. A gente não pode perder pessoas inocentes, indefesas, por conta do descaso do governo", disse a professora.
Na troca de tiros, o sargento da policial militar, Luciano Soares da Costa, também foi baleado. O policial foi atingido com um tiro na cabeça e não resistiu aos ferimentos. O corpo de Luciano foi enterrado neste sábado (18), no Memorial Parque Nycteroy, no bairro do Laranjal, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
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