Moradores protestam em Vila Aliança contra violênciaReprodução/Internet

Rio - Moradores da Vila Aliança, na Zona Oeste, denunciaram violência policial durante uma operação na comunidade. Em áudio ao O DIA, duas pessoas, que não querem ser identificadas, relataram que policiais militares invadiram um salão de festas durante a comemoração de um aniversário para revistar quem estava no local.

"Os caras [policiais] bateram lá no salão. A gente tinha fechado a porta, baixado a música, para não arrumar confusão. Do nada, ele deu dois socos no portão, aí abriu. Eles chegaram lá com o fuzil, falando para todo mundo sair e xingando. Dando fora nos outros. Falaram que tinha criança lá e eles nem ligaram e disseram que se a gente continuasse demorando eles iriam tacar uma granada lá dentro", lembrou um morador.

Um outro homem que estava no local confirmou o relato do primeiro e acrescentou: "Falei 'pô, mestre, tá cheio de criança aí. Calma, a gente já vai sair'. Tava geral. 'Se vocês não saírem em dois minutos, a gente vai tacar gás de pimenta em geral'", relatou.

Em um vídeo, moradores mostram uma marca, que seria da arma do policial, na porta de uma casa. Em nota, a Polícia Militar afirmou que "a Corregedoria da Corporação segue ao total dispor da população para a recepção de denúncias por meio de seus canais oficiais: telefone (21) 2725-9098, pelo e-mail denuncia@cintpm.rj.gov.br, ou ainda, pelo WhatsApp da Corregedoria (21) 97598-4593. Anonimato é garantido".  
Moradores querem paz
Diante de tanta violência, neste domingo, dezenas de moradores da Vila Aliança fizeram um protesto contra a violência na comunidade. Em um vídeo, é possível ver pessoas carregando uma faixa, com os dizeres: "Vila Aliança pede paz". 
Neste sábado, a Polícia Militar utilizou aeronaves para monitorar a situação na Vila Aliança e em Senador Camará, em Bangu, além de Campo Grande e Santa Cruz. Agentes do Comando de Operações Especiais (COE) continuam intensificando o policiamento na região. 
A Zona Oeste passou a ser dividida por dois grupos paramilitares após a morte de Wellington da Silva Braga, 34 anos, o Ecko. As forças de segurança do Estado apontaram o irmão de Ecko, Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, como seu sucessor, mas um antigo aliado, Danilo Dias, o Tandera, decidiu retomar alguns pontos de atuação da milícia.