Hospital Estadual Getúlio Vargas, na PenhaMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - A jovem Camily da Silva Polinário, de 18 anos, recebeu alta do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio, nesta segunda-feira (27) após ser atingida por um tiro. Ela foi baleada durante uma uma ação do 41º BPM (Irajá), em Anchieta, na Zona Norte do Rio, no sábado (25). Na mesma ação, o namorado de Camily, Samuel Vicente, de 17 anos, e William Vasconcelos, padrasto de Samuel, de 38 anos foram baleados e não resistiram aos ferimentos. Uma outra vítima, não identificada, também foi baleada.
Samuel e o padrasto ainda não foram enterrados porque a família está arrecadando dinheiro para custear as despesas da cerimônia. No domingo (26), parentes de Samuel estiveram no Instituto Médico Legal (IML) do Rio, na Região Central e contestaram a versão apresentada pela polícia, que alega ter sido atacada por traficantes do Chapadão. Segundo familiares, Camily e Samuel estavam na garupa da moto de William e voltavam de uma festa na região do Complexo do Chapadão. A menina estava passando mal e era levada para uma UPA da região.
Em nota, a Polícia Militar diz que foi atacada a tiros por criminosos armados enquanto estavam em patrulhamento pela Rua Alcobaça. Após cessar o confronto, a equipe diz ter encontrado três suspeitos feridos. Com eles, a corporação afirmou ter encontrado duas pistolas, carregadores, munições, um conversor para submetralhadora, dois rádios comunicadores e drogas. A família nega esta versão e relata que Camily e Samuel estavam na garupa da moto de William e voltavam de uma festa na região do Complexo do Chapadão. A menina estava passando mal e era levada para uma UPA da região.
O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, informou, na manhã desta segunda-feira (27), que a Corregedoria da corporação investiga a morte do estudante Samuel e de William. "É muito importante deixar claro que tanto a nota produzida pela assessoria de imprensa da PM quanto as informações repassadas ao noticiário foram baseadas nas declarações dos policiais do 41º BPM (Irajá). Esses agentes, que fizeram o registro na delegacia, apontam que após esse confronto, várias pessoas apareceram ali feridas e foram encaminhadas para o hospital", informou o major em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo. 
Família nega versão da PM
A família de Samuel oltou a contestar a versão apresentada pela polícia, que alega ter sido atacada por traficantes do Chapadão. Segundo familiares, Camily e Samuel estavam na garupa da moto de William e voltavam de uma festa na região do Complexo do Chapadão. A menina estava passando mal e era levada para uma UPA da região.

"A mãe dela me procurou e disse que a família está sendo coagida dentro do hospital. A garota não era do tráfico, nunca foi. A irmã pagava pra ela cuidar da sobrinha", diz a tia de Samuel, namorado de Camily.

"As mortes do meu filho e do meu marido não vão ficar em vão, eles não eram bandidos. Meu filho ia se apresentar no Exército e meu marido trabalhava em uma farmácia ao lado da nossa casa", disse a dona de casa Sonia Bonfim, esposa de William e mãe de Samuel.

A dona de casa contestou a versão apresentada pelos policiais militares.

"Não havia operação, eles entraram atirando. Chegaram para matar", desabafou Sônia, afirmando que os documentos do maridos ainda não foram localizados. "Eu quero os pertences e documentos do meu marido. Eles (policiais) falaram que bandido não tem documento. Ali não tinha nenhum bandido".
A polícia não divulgou o nome do quarto baleado na operação. A Polícia Civil informou ao DIA que as armas utilizadas na ação foram apreendidas e que testemunhas estão sendo ouvidas. Além disso, informou que outras diligências serão realizadas para esclarecer os fatos e a origem dos disparos que atingiram as vítimas.