Evaldo Rosa dos Santos, conhecido como ManducaReprodução

Rio - Começou na manhã desta quarta-feira o julgamento dos doze militares acusados pelos homicídios do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, em abril de 2019. Os réus respondem por homicídio contra as duas vítimas fatais e atentado contra a vida de Sergio Gonçalves, sogro do músico que estava no veículo. Os militares também são acusados por não terem prestado socorro às vítimas.
O julgamento corre no âmbito da Justiça Militar da União (JMU). No andamento do processo, foram realizadas oitivas (depoimentos) de acusação e defesa, qualificação e interrogatório dos réus, produção de provas pelas partes, e, por fim, alegações finais do Ministério Público Militar e da Defesa.
A audiência desta quarta-feira no JMU será conduzida pelo Conselho Especial de Justiça, composto por cinco membros. São eles, a juíza federal substituta da Justiça Militar, Mariana Aquino, que preside a sessão; os juízes militares tenente coronel Sandra Fernandes de Oliveira Monteiro; major Rêmulo Dias de Carvalho; major José Adail da Silva Ferreira; e capitão Fernando Perotti Honori. A escolha dos integrantes do Conselho foi feita por sorteio dentre os militares de posto superior aos acusados.
Os doze militares respondem ao processo em liberdade.
Relembre o caso
O músico Evaldo Rosa, 51 anos, foi morto à caminho de um chá de bebê com a família quando teve o carro atingido por mais de 80 tiros na Estrada do Camboatá, em Guadalupe. O grupamento militar teria, supostamente, confundido o carro do artista com o de criminosos. O laudo da perícia aponta que teriam sido disparados 257 tiros pelos militares.
Evaldo morreu na hora, mas seus parentes conseguiram escapar. Luciano, que estava nas proximidades e tentou ajudar a família, acabou sendo também baleado e morreu dias depois. Os militares respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado e omissão de socorro.