Rio - A Polícia Civil tenta descobrir quem são os milicianos que aparecem fortemente armados e com rostos cobertos em vídeos e fotos divulgados nas redes sociais. Fontes da instituição afirmam que os criminosos fazem parte do grupo liderado por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, sucessor de seu irmão de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em junho deste ano.
Pelo menos dois vídeos e três fotos ganharam projeção nas redes sociais esta semana. A polícia confirma a veracidade das imagens, mas não sabe precisar quando foram registradas.
Polícia investiga milicianos armados com fuzis que aparecem em vídeo na internet. #ODia
"É o bonde do Zinho. (...) Bota o c., Tandera. (...) É o bonde, pesadão".
Em outro vídeo, dois homens armados com fuzis brincam ao acharem um sapato rosa no meio da mata.
"Fuzileiro, o que você achou aí?", questiona um dos criminosos, que recebe a seguinte resposta: "O sapato do Tandera. (...)", brinca o segundo miliciano, completando a frase com vários palavrões.
Em uma das imagens, é possivel ver que um criminoso segura um fuzil com as inscrições "Tropa do Ecko".
Zinho x Tandera
Dedes a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, a Zona Oeste se transformou em palco de guerra entre grupos paramilitares. Ele era apontado como chefe da maior milícia do Estado e considerado como o criminoso mais temido.
Com a morte do irmão, Zinho assumiu o comando da milícia conhecida como 'Bonde do Ecko'. De acordo com a polícia, o perfil de Zinho é parecido com o do irmão, voltado para atividades de lavagem de dinheiro da milícia. Ainda segundo investigações, diferente de Ecko, Luís Antônio da Silva Braga é contra o uso de drogas em comunidades de seu controle.
A projeção do criminoso causou desconforto no antigo aliado de Ecko, Danilo Dias. Tandera, como é chamado, é conhecido por ter crescido no crime dentro da favela dos Jesuítas, em Santa Cruz. A aliança com a principal milícia do estado lhe rendeu pontos importantes na Baixada Fluminense, como a 'temida' favela do KM 32, em Nova Iguaçu.
Tandera e Ecko se desligaram no ano passado e, desde então, se tornaram inimigos. A morte do miliciano mais procurado do Rio foi a porta de acesso para o retorno de Danilo Dias para a Zona Oeste.
Desde junho deste ano que a população de Santa Cruz, Cosmos, Campo Grande, Paciência, Guaratiba e pequenos bairros da região vivem sobre o terror imposto pela guerra.
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