Polícia ouve testemunhas de postos de combustíveis incendiados em Santa Cruz
Principal linha de investigação é que os ataques tenham sido orquestrados em uma retaliação por conta do não pagamento do 'arrego' - taxa cobrada pelo milicianos
Apesar do cenário de destruição, não houve feridos nas ações, que foram praticadas de madrugada - Marcos Porto
Apesar do cenário de destruição, não houve feridos nas ações, que foram praticadas de madrugadaMarcos Porto
Rio - A Polícia Civil informou que agentes da 36ª DP (Santa Cruz) estão ouvindo funcionários dos postos de combustíveis que foram incendiados durante a madrugada desta quinta-feira (11), em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. A principal linha de investigação é que os ataques tenham sido orquestrados em uma retaliação por conta do não pagamento do 'arrego' - taxa cobrada pelo milicianos. Ainda de acordo com a unidade, filmagens de câmeras de segurança também foram arrecadas, mas as imagens não permitiram a identificação dos criminosos.
Os dois estabelecimentos ficam a uma distância de aproximadamente um quilômetro. Os ataques ocorreram em intervalos de poucos minutos e, apesar da proporção do ataque, nenhuma pessoa ficou ferida. Nas redes sociais, moradores informaram que a ação seria fruto de uma guerra entre grupos paramilitares que controlam as comunidades da região. Mensagens divulgadas em grupos de WhatsApp diziam para que as pessoas ficassem em suas casas e evitassem as ruas.
A briga da milícia na Zona Oeste tem três vertentes. De um lado, está o miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Wellington da Silva Braga, maior miliciano do Rio, morto em junho deste ano em uma operação da Polícia Civil. Do outro lado, está Danilo Dias, o Tandera, atualmente considerado o criminoso mais perigoso do Estado. No meio disso tudo, uma população aterrorizada.
Desde a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, em junho deste ano, durante uma operação da Polícia Civil, esperava-se que o miliciano Tandera assumisse o poder na Zona Oeste do Rio. No entanto, quem assumiu o poder foi o irmão de Ecko, o Zinho. Com isso, o território passou a ficar dividido assim: o Bonde do Ecko continuou atuando em bairros da Zona Oeste, arrecadando cerca de R$ 10 milhões em extorsões e práticas de cobranças ilegais; já Tandera ficou com a Região Metropolitana, bairros de Nova Iguaçu, Seropédica e Itaguaí.
Policiais militares do RECOM (Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões) apreenderam armas, capas de colete balístico, automóveis e roupas semelhantes a fardamentos dentro do conjunto Manguariba.
Em setembro, guerra entre Zinho e Tandera deixou vans incendiadas
A guerra entre os grupos de Zinho e Tandera começou ainda no dia 13 de junho, dia seguinte à morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, miliciano mais procurado do estado e irmão de Zinho. No mesmo dia do velório, o grupo de Tandera invadiu Manguariba e passou a dominar o conjunto.
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