Familiares afirmam que prisão é injustaArquivo Pessoal
De acordo com a subcoordenadora de Defesa Criminal da DPRJ, Isabel Schprejer, a juíza avaliou somente a validade da prisão e o seu cumprimento, por se tratar de um mandado expedido por outro juiz. Schprejer afirmou que vai recorrer da decisão e fazer "quantos mais pedidos foram necessários" para que Alberto seja solto.
Mais cedo, a família do estivador realizou uma manifestação na frente da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, em que pediram por justiça e pela sua liberdade. Segundo Augusto Meyrelles, irmão de Alberto, todos os parentes ficaram abalados com a decisão do TJRJ.
"É uma dor surreal. Eu, particularmente, não acredito na Justiça brasileira, mas a gente sempre pensa naquele 1% de sensatez. Mesmo sabendo o quão difícil seria, porque os juízes não desacatam um ao outro, mesmo um estando errado. Então, a gente sentiu muito, nossos familiares todos. Meu pai está muito abalado com isso. O padrasto, que criou ele desde sempre, junto com a mãe dele, não foram na manifestação, mas ficaram arrasados", lamentou ele.
A vítima que reconheceu Alberto chegou a descrever o criminoso como "de cor negra, altura aproximada de 1,70m, cerca de 25 a 30 anos, gordo, sem barba, cabelo crespo". Alberto tem 1,80m e 39 anos. Ainda segundo Augusto, ela disse que o assaltante era uma pessoa agressiva e que falava alto, o que não descreve seu irmão.
"A gente sabe que o (Alberto) Júnior não fez nada. A descrição que a vítima deu, que o assaltante era agressivo, fala alto, meu irmão não fala alto para ninguém. Meu irmão está lá no presídio e não abre a boca, o Júnior tem boca e não fala", afirmou.
"É revoltante, é angustiante, é uma decepção surreal. Eu não consigo dimensionar o tamanho da minha decepção com a legislação brasileira. Como pode uma pessoa ter todas as provas de que ela não é culpada, e estar presa? Ele poderia ficar cinco minutos, cinco dias ou cinco anos na cadeia, é igual. É uma pessoa que a gente sabe que não fez nada. Mesmo com todas as provas, a Justiça teve a capacidade de negar um pedido de liberação. É só decepção", desabafou o irmão.
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