Corpos encontrados em área de mangue no Complexo do SalgueiroMarcos Porto/Agência O DIA
Polícia Civil investiga não acionamento de delegacia após mortes no Complexo do Salgueiro
Ao menos oito corpos foram encontrados em uma área de mangue na região, horas depois de uma ação da corporação
Rio - A Polícia Civil informou que vai investigar o motivo da Polícia Militar não ter comunicado as mortes durante a operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Ao menos oito corpos foram encontrados e retirados por moradores de uma área de mangue na região, horas depois de uma ação da corporação. No sábado (20), o sargento da PM Leandro da Silva, de 40 anos foi morto durante confronto com criminosos.
Pelo menos oito mortos já foram retirados do local por populares, no entanto, segundo moradores, mais corpos podem estar espalhados por áreas de difícil acesso do mangue que margeia a comunidade. "O resultado que vocês estão vendo é isso aí: oito corpos que a gente encontrou, fora aqueles que possivelmente podem estar perdidos pelo mangue ainda", afirmou um morador, que não será identificado.
A Polícia Militar confirmou que houve confronto nas "proximidades de uma área de mangue com mata", após policiais do Bope serem atacados por criminosos, mas que não houve "detidos ou relatos de feridos". O resultado desse confronto teria sido apenas apreensões: duas pistolas, 14 munições calibre 9 mm, 56 munições de fuzil calibre 762, cinco carregadores (02 para fuzil e 03 para pistola), um uniforme camuflado, 813 tabletes de maconha, 3.734 sacolés de pó branco e 3.760 sacolés de material assemelhado ao crack.
Em nota, o Ministério Público do Rio informou que "a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Niterói e São Gonçalo está acompanhando as ações e medidas cabíveis serão tomadas".
Porta-voz da PM diz que parte dos mortos é 'fração da quadrilha' de Rabicó
O porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Ivan Blaz, afirmou nesta segunda-feira (22) que entre os homens mortos encontrados por moradores, "boa parte" faz parte do grupo comandado pelo traficante Antônio Ilário Ferreira, o Rabicó, que domina a comunidade. Blaz não informou, porém, o que levou ao resultado da operação.
"Logicamente, a permanência da força policial no interior da mata seria mais complexo, que poderia prejudicar a população. Os homens foram encontrados com roupas camufladas no interior da mata. Não temos ainda a conta de quantos mortos, mas o fato é que isso é apenas uma fração do grupamento da quadrilha do marginal conhecido como 'Rabicó'. Esse marginal foi colocado em liberdade em 2019, estava em presídio federal. Essa fracção da quadrilha está representada através de boa parte desses mortos", disse Blaz.
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