Lucas e Flávio são julgados no Tribunal do Júri de NiteróiFabio Costa/Agência O DIA
Roberta contou que viveu na casa de Flordelis e de Anderson do Carmo dos três meses aos 21 anos de idade, e que saiu da casa após o assassinato do pastor. Segundo ela, Flávio era o mais agressivo da casa na hora de 'corrigir' as crianças.
"A forma dele de agredir era diferenciada. Ele sempre mais agressivo. Enquanto outras davam uma palmada ou chinelada, ele colocava as crianças ajoelhadas no milho e de cara para a parede. Ele sempre foi ruim, uma pessoa ruim mesmo. E sempre muito agressivo. Eu tinha medo dele", disse Roberta.
Questionada se havia presenciado abuso sexual cometido pelo pastor Anderson contra mulheres da casa, ou ouvido rumores sobre o assunto, Roberta negou.
"Nunca soube de nada de abuso sexual. Ele respeitava as mulheres da casa e era rígido em relação às nossas roupas. Não permitia que a gente andasse de short curto dentro de casa. Quando a gente estava na piscina, ele também proibia que ficássemos de biquíni dentro de casa. Quando iríamos sair, entrávamos no carro dele e, se ele visse alguém de roupa curta, mandava trocar. Essa história de abuso sexual surgiu após a morte. Tenho certeza que para denegrir sua imagem".
Antes de Roberta, a esposa de Mizael, Luana Vedovi, foi ouvido pelo tribunal. Mizael é um dos filhos adotivos de Flordelis. Luana também deu informações sobre o comportamento de Flávio e de Lucas dentro de casa.
"O Flávio era do núcleo da casa próximo a Flordelis. Era aparente o amor que ele tinha pela mãe. Ele era muito na dele. Já o Lucas era como uma ovelha negra. A Flordelis não falava muito com ele. E o pastor Anderson era muito severo quando ele fazia alguma coisa errada". Roberta e Luana são ouvidas como testemunhas de acusação no processo.
Por conta da denúncia, no último dia 11 de agosto, a Câmara dos Deputados cassou o mandato de Flordelis por quebra de decoro parlamentar, por ela ter usado seu mandato para coagir testemunhas e ocultar provas do processo. Dois dias depois, ela foi presa e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Antes, quando tinha imunidade parlamentar, ela era monitorada por tornozeleira eletrônica.
Dos 55 filhos biológicos e adotivos da pastora, sete estão envolvidos no crime. Adriano dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Flávio dos Santos Rodrigues, Lucas Cezar dos Santos de Souza, Marzy Teixeira da Silva e Simone dos Santos Rodrigues estão presos. Além dos filhos, a neta Rayane dos Santos Oliveira, o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa e sua esposa, Andrea Santos Maia, também estão presos por participação no caso. Todos eles irão a júri popular.
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