Pai do pastor, Jorge de Souza disse que assassinato foi motivado por ganância e dinheiroFabio Costa/Agência O DIA

Rio - O pai do pastor Anderson do Carmo, Jorge de Souza, de 81 anos, disse que a família foi devastada por conta do assassinato. Ao entrar no Tribunal do Júri no início da tarde desta terça-feira (23), Jorge mencionou que a mãe e a irmã da vítima morreram durante as investigações.

"Eu fico arrasado. Perdi a família quase toda. Foi ele, a mãe e a irmã. Ela (Flordelis) podia muito bem ter se separado dele e estaria solta, e ele, vivo. Mas por causa do dinheiro, aconteceu isso", afirmou o pai do pastor. Jorge disse que o assassinato foi motivado por ganância e dinheiro.
Maria Edna do Carmo, mãe de Anderson, morreu de um infarto em 2020. A irmã do pastor Michele do Carmo morreu aos 39. O assistente de acusação, que defende a família de Anderson, afirmou que esperava que ao menos o pai veja a justiça feita.

"Acredito que Flávio vá falar e espero que coloque a mãe na condição de mandante que é e não assuma a autoria sozinho", afirmou Ângelo.

O advogado da ex-deputada Flordelis vai acompanhar o julgamento de hoje. Ao chegar ao tribunal, ele afirmou que a deputada está tranquila na prisão e defendeu que o julgamento seja de Flávio e Lucas e não da ex-deputada. "Esperamos que o julgamento seja deles é que não sejam levantadas acusações relacionadas a elas", afirmou Rodrigo Faucz.

Dois dos filhos da ex-deputada federal Flordelis são julgados nesta terça-feira (23), a partir das 13h, no Tribunal do Júri de Niterói. O filho biológico da pastora, Flávio dos Santos Rodrigues, e o adotivo, Lucas Cézar dos Santos de Souza, são acusados de homicídio triplamente qualificado por meio cruel e motivo torpe pela morte do pastor Anderson do Carmo. Neste julgamento, Flávio e Lucas são defendidos pela Defensoria Pública.
Relembre o caso
O pastor Anderson do Carmo, de 42 anos, marido da então deputada federal e também pastora, Flordelis, foi morto a tiros, na madrugada de 16 de junho de 2019, em casa, no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Na ocasião, Flordelis chegou a dizer que ele havia morrido tentando defender a família de criminosos. Entretanto, as investigações apontaram a pastora como a mandante do crime, que teria sido motivado porque Anderson controlava rigorosamente as finanças da família e não permitia tratamento privilegiado das pessoas mais próximas à ex-parlamentar.

Por conta da denúncia, no último dia 11 de agosto, a Câmara dos Deputados cassou o mandato de Flordelis por quebra de decoro parlamentar, por ela ter usado seu mandato para coagir testemunhas e ocultar provas do processo. Dois dias depois, ela foi presa e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Antes, quando tinha imunidade parlamentar, ela era monitorada por tornozeleira eletrônica.

Dos 55 filhos biológicos e adotivos da pastora, sete estão envolvidos no crime. Adriano dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Flávio dos Santos Rodrigues, Lucas Cezar dos Santos de Souza, Marzy Teixeira da Silva e Simone dos Santos Rodrigues estão presos. Além dos filhos, a neta Rayane dos Santos Oliveira, o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa e sua esposa, Andrea Santos Maia, também estão presos por participação no caso. Todos eles irão a júri popular.