Rio - O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) enviou neste domingo quatro mergulhadores e uma aeronave com um Side Sacan Sonar para ajudar nas buscas pelo bimotor que caiu na costa de Paraty. O material foi deixado em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio. Até o momento, o copiloto, José Porfírio de Brito Júnior, 20 anos, e o empresário Sérgio Dias, 45, não foram encontrados. No último sábado, a Força Aérea Brasileira (FAB) suspendeu o serviço.
Segundo o CBMDF, os bombeiros do Rio solicitaram na última sexta-feira apoio para buscarem o bimotor. A corporação carioca acredita que o avião esteja intacto no fundo do mar. Os mergulhadores que estão no Rio são especialistas na operação com sonar.
O CBMDF foi solicitado a dar apoio ao CBMERJ em uma busca de aeronave. O CBMDF foi acionado por volta das 21hs de sexta-feira, dia 03 de dezembro, e na manhã do dia 05, enviou 04 Mergulhadores especializados na operação com sonar. pic.twitter.com/skOkOO7EF2
— Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (@cbm_df) December 5, 2021
O governo do Distrito Federal destacou que o equipamento que começou a ser usado nesta segunda-feira "já foi utilizado em várias operações em Brasília" e "foi responsável pela localização de um rapaz que caiu de uma lancha no Lago Paranoá, em outubro de 2020, e mais recentemente foi responsável pela localização de um veleiro naufragado também no Lago Paranoá".
Em nota, a Aeronáutica disse que "as buscas aéreas pela FAB seguiram padrões internacionais e durante os 10 dias da operação, também foram verificadas a extensão ao longo do litoral e ilhas próximas ao provável local da queda da aeronave. As ações foram realizadas, por vezes, com condições meteorológicas que, embora instáveis, não comprometeram as missões na parte aérea".
A FAB ainda disse que se solidariza com as famílias dos ocupantes da aeronave e ressaltou que as buscas poderão ser reativadas se justificada por meio do surgimento de novos indícios sobre a aeronave ou seus ocupantes. "Com um esforço total de 74 horas de voo, as aeronaves da FAB realizaram as buscas em uma área total de 14.816 km², o equivalente a cerca de 9,7 vezes a área da cidade de São Paulo".
A Marinha, por sua vez, informou neste domingo que "passados 10 dias ininterruptos das buscas pelos tripulantes da aeronave prefixo PP-WRS, em apoio ao Salvero (Força Aérea Brasileira), as operações na parte marítima avançam a uma 2ª fase (colaboração/oportunidade), onde são emitidos avisos-rádio, com informações sobre o ocorrido a todas as embarcações e aeronaves, civis e militares, que trafegam e sobrevoam a região".
Eles ainda disseram que o Navio Hidroceanográfico Faroleiro "Graça Aranha" permanecerá efetuando varredura sonar, buscando, simultaneamente, detectar indícios da aeronave.
"Até o momento, foram empregados: o Navio-Patrulha Guajará; a embarcação de casco semirrígido Tamanduá; a embarcação de casco semirrígido Tarpon; o Navio-Patrulha Oceânico Amazonas; e bases logísticas e operacionais a partir da Agência da Capitania dos Portos em Paraty e Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião. Cerca de 175 militares trabalham com dedicação exclusiva a essa operação, tendo sido rastreados mais de 5.854 km² de área marítima, entre o litoral sul do estado do Rio de Janeiro e litoral norte do estado de São Paulo".
A Marinha disse que "se solidariza com familiares e amigos dos tripulantes, e mantém contato com familiares diretos, passando informações tempestivas e relevantes sobre esse evento".
Familiares criticam a suspensão das buscas
A namorada do copiloto, Thalya Ares Viana, de 20 anos, afirmou nesta segunda-feira que a mãe de José Porfírio recebeu uma ligação da Marinha do Brasil e da FAB dizendo que após 10 dias ininterruptos de procura eles estavam encerrando os trabalhos.
"Se eles estivessem procurando há 10 dias, significaria que estariam procurando desde quarta-feira, que é quando o avião caiu. Isso é uma mentira, porque todos sabem que a instituição que iniciou as buscas foi o Corpo de Bombeiros e isso somente às 6h da manhã da quinta-feira. Nós, os familiares e as pessoas que se solidarizaram com a causa tivemos que praticamente obrigar eles a fazerem algo. E mesmo assim não fizeram. Jogaram duas embarcações aqui que não conseguem operar, pois a verdade é que são duas sucatas", desabafou Thalya, que completou:
"Infelizmente só tenho a dizer que a Marinha existe, mas não é pra ajudar os brasileiros. Eles deixaram uma embarcação aqui, nesta região fazendo atualização de carta náutica, somente para parecer que estão com uma embarcação aqui nos ajudando. Enquanto na verdade estão fazendo outra coisa. Isso tudo, além de nos dizer que iriam mandar uma embarcação com o sonar que estaria saindo na quinta (8º dia de busca) às 20h da Praça Mauá e não mandaram. Ficamos um dia esperando a embarcação chegar e nada. Em alguns dias, inclusive, quando a Marinha dizia que estava com embarcação em X lugar nós tínhamos passado lá de helicóptero e não tinha nada. Como seria isso?".
Neste domingo, a família de José Porfírio anunciou nas redes sociais que fará buscas com a ajuda de barqueiros e pesqueiros.
"Conseguimos montar um grupo para eles nos ajudarem. Ontem mesmo consegui juntar em torno de 20 da região. Se tivermos coordenadas importantes também enviaremos a eles. E de pouquinho vamos indo. A união faz a força! Alguns possuem cabo de aço também e caso tenha algo leve, podemos içar", informou o texto.
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